![Corte de Trump em programa de HIV pode ser 'ameaça global'](https://piauihoje.com/uploads/imagens/whatsapp-image-2025-01-29-at-08-42-21-1738150989.jpeg)
A decisão do governo de Donald Trump de suspender o financiamento de programas de HIV, como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR), foi considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma "ameaça global". A medida, que afeta países de baixa e média renda, pode colocar em risco a vida de milhões de pessoas que dependem dos recursos para acessar terapias antirretrovirais essenciais, alertou a OMS em comunicado oficial.
O PEPFAR, um dos maiores programas internacionais de combate ao HIV, financia tratamentos para mais de 30 milhões de pessoas no mundo, incluindo muitos países africanos e o Brasil. Com a suspensão dos recursos, várias clínicas, especialmente em nações africanas, foram forçadas a fechar e serviços foram interrompidos. A OMS destacou que a falta de financiamento pode reverter décadas de progresso, aumentando as infecções e mortes e trazendo de volta uma realidade vivida nas décadas de 1980 e 1990, quando a AIDS era uma das principais causas de morte global.
Além de proibir a distribuição de medicamentos adquiridos com ajuda americana, a medida também impôs grandes restrições ao acesso ao tratamento. Em países como a África do Sul e Nigéria, organizações não governamentais (ONGs) suspenderam seus serviços devido à escassez de recursos. Na Nigéria, estima-se que a perda de US$ 390 milhões anuais (aproximadamente R$ 1,9 bilhão) prejudicará significativamente os serviços de saúde pública.
No Brasil, o PEPFAR tem sido crucial no apoio à prevenção e tratamento do HIV, com financiamentos para projetos como o incentivo ao uso de autotestes em diversas capitais e a promoção da profilaxia pré-exposição (PrEP). A iniciativa também tem contribuído para o fortalecimento do sistema de saúde e a redução das taxas de mortalidade relacionadas à AIDS. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra cerca de um milhão de pessoas vivendo com HIV, com 46.495 novos casos registrados em 2023. No entanto, o país atingiu a menor taxa de mortalidade por AIDS na última década, com 10.338 óbitos no mesmo ano.
A medida de Trump e suas consequências sobre o financiamento de programas essenciais para o tratamento de HIV são vistas como um retrocesso no combate à pandemia global, ameaçando os avanços obtidos nos últimos anos.
Fonte: Brasil 247