
A campanha “Vida que Segue”, realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) durante o Setembro Verde, reforça a importância da doação de órgãos. e tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do tema. A iniciativa destaca que o gesto fundamental para tornar-se doador é a manifestação da vontade à família, ainda em vida. Hoje, no Piauí, 411 pacientes aguardam por um transplante de córnea e 508 esperam por um rim, segundo dados da Central Estadual de Transplantes.
“Para tornar-se doador de órgãos, basta comunicar à família esse desejo. É um gesto simples que pode salvar vidas”, explica Lourdes Veras, coordenadora da Central de Transplantes.
Procedimento de autorização
A coordenadora destaca que todo o processo segue protocolos definidos pelo Ministério da Saúde. Os doadores são, em geral, vítimas de acidentes de trânsito, AVC ou traumas graves, com diagnóstico confirmado de morte encefálica.
“A doação só acontece quando a família autoriza formalmente. Podem autorizar familiares em até segundo grau de parentesco, por meio de assinatura de termo de doação padronizado. Caso o doador seja menor de 18 anos, tem que ser assinado pelo pai e pela mãe ou por responsável legal. O termo é assinado no hospital, na presença de duas testemunhas com documentos comprovando o vínculo familiar. Após esse processo é que se inicia o trâmite clínico, com a coleta de sangue para exames pré-retirada”, afirma Lourdes Veras.
Lourdes Veras, coordenadora da Central de Transplantes
A captação dos órgãos é realizada em centro cirúrgico por equipes credenciadas, localizadas no Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, e em Parnaíba, com previsão de expansão para outras regiões.
Órgãos e tecidos
Podem ser doados órgãos como rins, coração, pulmões, fígado e pâncreas, além de tecidos como córneas, pele e ossos. A retirada de córneas, por exemplo, pode ocorrer até seis horas após a parada cardíaca. Os órgãos são destinados a pacientes compatíveis da lista única da Central de Transplantes, sob controle do Sistema Nacional de Transplantes e fiscalização do Ministério Público.
Vontade expressa em documentos
A manifestação de vontade pode ser registrada na carteira de identidade ou na Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), emitida em cartórios pelo Conselho Nacional de Justiça. No entanto, mesmo nesses casos, a doação só se efetiva com a confirmação da família.
Números no Piauí
De janeiro a junho deste ano, o estado realizou 29 transplantes de rim (três de doadores vivos e 26 de falecidos) e 154 transplantes de córnea, totalizando 183 procedimentos. O número representa um crescimento de 71% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 107 transplantes.
“É um procedimento totalmente fiscalizado, regulado e documentado. Neste Setembro Verde, nós buscamos ampliar essa sensibilização para que mais pessoas manifestem às suas famílias o desejo de doar os órgãos. É um gesto de amor ao próximo, de cidadania e de compaixão”, finaliza Lourdes Veras.
Fonte: Sesapi
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