
No próximo sábado (14), o governo federal realizará o Dia D de mobilização para prevenção contra a dengue, em meio a um cenário alarmante: mais de 6,7 milhões de casos e 5.950 mortes foram registrados em 2024. O sistema de saúde ainda investiga se outros 1.091 óbitos estão relacionados à doença. Os números superam amplamente os de 2023, quando 1.179 mortes foram contabilizadas — uma diferença de quase cinco vezes.
A iniciativa busca conscientizar e engajar a população no combate aos focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. De acordo com Rivaldo Cunha, secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, o período de chuvas que se aproxima aumenta a proliferação do mosquito, tornando essencial a adoção de medidas preventivas. “Este é o momento ideal para agir e evitar uma potencial epidemia que pode ocorrer nos primeiros meses de 2025”, afirmou.
Entre as ações recomendadas estão a eliminação de objetos que possam acumular água, como garrafas, pneus e recipientes domésticos. O governo conta com a parceria de estados e municípios para intensificar a divulgação dessas medidas e mobilizar a sociedade.
Impacto das mudanças climáticas
As mudanças climáticas têm sido apontadas como um fator que intensifica o problema. Rivaldo Cunha, que também é médico e pesquisador da Fiocruz, destaca que o aumento da temperatura média e a irregularidade das chuvas e secas alteraram a biologia do mosquito, favorecendo sua reprodução. “Em 2024, não houve uma única semana em que o número de casos fosse menor do que na mesma semana de 2023”, exemplificou.
Outro desafio é o armazenamento improvisado de água em regiões com fornecimento irregular, como ocorre em várias cidades brasileiras. Reservatórios mal tampados podem se transformar em focos do mosquito. Além disso, resíduos sólidos descartados de forma inadequada, até mesmo tampinhas de garrafa, contribuem para o problema.
Dados preocupantes
Em 2024, Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná lideraram as estatísticas de incidência da dengue. O Sudeste e o Sul têm registrado um crescimento gradual no número de casos, o que preocupa especialistas. Os meses de fevereiro a maio concentraram os picos de contágio, com mais de 1 milhão de casos registrados mensalmente. Março foi o período mais crítico, com 1,7 milhão de diagnósticos. A faixa etária mais afetada foi a de 20 a 29 anos. Apesar do cenário, Cunha acredita que uma mobilização coletiva ainda pode evitar uma nova epidemia. “A conscientização da população é a chave para superar esse desafio e salvar vidas”, concluiu.
Fonte: Com informações da Agência Brasil