Fumar faz mal à saúde, e durante a gravidez pode causar sérios problemas tanto para a mãe quanto para o bebê. Os riscos incluem malformações congênitas, maior chance de abortos, óbito intrauterino, prematuridade e restrição de crescimento. Além disso, a exposição ao cigarro pode levar a problemas neurológicos que afetam o desenvolvimento da criança.
Um estudo australiano recente, publicado na revista Addictive Behaviors, revelou que fumar na gravidez pode prejudicar o desempenho acadêmico das crianças. A pesquisa analisou 19 estudos com 1,25 milhão de participantes e encontrou que crianças expostas ao tabagismo no útero têm 49% mais chances de ter um baixo desempenho escolar.
Pesquisas mostram que filhos de mães fumantes apresentam dificuldades em ortografia, escrita e matemática. Em um estudo nos Estados Unidos, o tabagismo pré-natal também foi associado a piores resultados em literatura e aritmética.
“Esse estudo traz uma evidência clara de que o tabagismo afeta o desempenho escolar, alertando para outros problemas potenciais”, afirma o ginecologista Rômulo Negrini, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Desafio de Saúde Pública
Apesar das campanhas contra o tabagismo, ele continua sendo um grande problema de saúde. Segundo a OMS, 7% das mulheres fumam diariamente, e 2% delas durante a gravidez. No Brasil, embora a quantidade de fumantes tenha caído, uma em cada dez mulheres ainda fuma, o que é preocupante.
Efeitos Nocivos do Tabagismo
Desde a década de 1980, os danos do tabagismo na gravidez são estudados. A fumaça do cigarro contém substâncias tóxicas que afetam o desenvolvimento do feto, dificultando a circulação sanguínea e reduzindo a oxigenação. “Cerca de 10% dos casos de prematuridade são atribuídos ao tabagismo, e quase 20% dos bebês nascem com baixo peso devido a isso”, alerta Negrini.
Outro risco é a gravidez ectópica, onde o embrião se implanta nas trompas em vez do útero, o que pode exigir cirurgia. Bebês com crescimento restrito também têm maior risco de diabetes e hipertensão.
“Estudos como este ajudam a conscientizar médicos e mães fumantes sobre os riscos acadêmicos para os filhos. É fundamental conectar a pesquisa científica com a realidade da saúde”, conclui Negrini.
Fonte: Brasil 247