Pesquisadores descobriram que um exame ocular pode ser uma ferramenta eficaz para prever o risco de acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com um estudo publicado na revista Heart, a análise detalhada da retina, por meio de fotografias do fundo do olho, pode detectar alterações nos vasos sanguíneos que sinalizam o risco de derrame, sem a necessidade de exames invasivos.
A retina reflete o estado dos vasos sanguíneos no corpo, e as mudanças em sua microestrutura podem indicar problemas cardiovasculares e cerebrovasculares, como o AVC. No estudo, mais de 45 mil participantes foram acompanhados por 12 anos, e os pesquisadores identificaram 29 parâmetros importantes nos vasos da retina, como a densidade e o calibre dos vasos, que estão ligados ao risco de AVC.
A diminuição da densidade vascular foi associada a um aumento de 19% no risco de AVC, mostrando que a análise da retina pode ser uma alternativa eficaz para a detecção precoce de problemas relacionados a derrames. Essa técnica, já utilizada em clínicas de oftalmologia, pode ser uma maneira acessível e menos invasiva de monitorar a saúde cardiovascular.
Segundo o cardiologista Marcelo Bergamo, essa abordagem pode identificar alterações estruturais nos vasos sanguíneos causadas por doenças como diabetes e hipertensão, o que já aumenta o risco de AVC. Ele aponta que o mapeamento da retina pode se tornar uma ferramenta valiosa para a triagem de pacientes em risco, principalmente quando realizado por médicos treinados para reconhecer os parâmetros certos.
Embora o exame de retina não tenha um custo elevado, ele exige capacitação para que os médicos possam realizar a análise corretamente. Com essa nova descoberta, esse exame pode se tornar uma forma eficaz de identificar pessoas com maior risco de AVC e, assim, possibilitar intervenções precoces que aumentam as chances de prevenção.
Em resumo, esse estudo sugere que o exame ocular pode ser uma maneira simples e eficaz de identificar o risco de AVC, permitindo um diagnóstico mais rápido e ajudando na prevenção de derrames.
Fonte: Com informações da CNN