Saúde

GRAVIDEZ

Entenda pré-eclâmpsia e síndrome de Hellp, que afetaram cantora Lexa

Artista anunciou morte da filha recém-nascida, três dias após o parto

Da Redação

Terça - 11/02/2025 às 08:30



Foto: Arquivo/Andre Borges/Agência Brasília Mulher grávida
Mulher grávida

A cantora Lexa compartilhou em suas redes sociais a triste notícia da morte de sua filha recém-nascida, Sofia, que faleceu três dias após o parto. A artista explicou que a perda foi decorrente de pré-eclâmpsia com a síndrome de Hellp, o que levou ao parto prematuro.

A Agência Brasil conversou com a ginecologista e obstetra Joeline Cerqueira, especialista em Reprodução Humana, para explicar melhor o que significam esses termos médicos.

A pré-eclâmpsia é uma condição que geralmente surge após a 20ª semana de gestação e causa aumento da pressão arterial na gestante. Segundo Joeline Cerqueira, a placenta, responsável por nutrir o bebê, não consegue funcionar adequadamente devido à rigidez dos vasos sanguíneos no útero. Isso impede que o sangue flua da maneira necessária para a placenta e o feto.

Esse desequilíbrio na circulação sanguínea resulta em hipertensão arterial (pressão igual ou superior a 140/90 mmHg) e na perda de proteína pela urina, a proteinúria. A pré-eclâmpsia deve ser tratada de forma urgente para evitar riscos para a mãe e o bebê. Entre as complicações que podem surgir estão a eclâmpsia e a síndrome de Hellp.

A eclâmpsia é uma condição grave, caracterizada por convulsões generalizadas ou coma em mulheres grávidas. Já a síndrome de Hellp é uma complicação que causa hemólise (destruição das células vermelhas do sangue), elevação das enzimas hepáticas e diminuição das plaquetas. Esses problemas podem indicar falência de órgãos como os rins e o fígado.

Embora a pré-eclâmpsia seja mais comum durante a gestação, também pode ocorrer no pós-parto, até 72 horas após o nascimento, causando hipertensão e convulsões.

Causas e fatores de risco

A causa exata da pré-eclâmpsia ainda não é totalmente compreendida, mas uma teoria é que a placenta não se implanta corretamente no útero. Os principais fatores de risco incluem a primeira gestação, gravidez precoce ou tardia (antes dos 18 e após os 40 anos), pressão alta crônica, diabetes, lúpus, obesidade, histórico familiar de doenças e gestação múltipla, como em casos de gêmeos.

Prevenção e redução de riscos

Realizar o pré-natal e acompanhar a pressão arterial durante a gravidez são as melhores formas de prevenir a pré-eclâmpsia e suas complicações. Para mulheres com risco elevado, existem medicamentos que ajudam a prevenir o problema, como cálcio e AAS infantil (aspirina), que devem ser usados em doses baixas entre as 12 e 16 semanas de gestação.

Joeline Cerqueira destaca que o início precoce do tratamento é essencial, já que a pré-eclâmpsia se desenvolve pela placenta, já formada após a 16ª semana.

Sintomas

A pré-eclâmpsia pode ser silenciosa, mas alguns sintomas comuns incluem: dor de cabeça intensa que não cede com remédios, inchaço no rosto e mãos, aumento de peso repentino, dificuldades para respirar, náuseas ou vômitos, alterações na visão e dor abdominal no lado direito.

No caso da eclâmpsia, antes das convulsões, podem surgir dores de cabeça, dor abdominal e alterações na visão. Outros sinais incluem sangramento vaginal e coma.

Tratamento

O principal objetivo do tratamento é controlar a pressão arterial da gestante. Para isso, podem ser prescritos hipotensores, medicamentos orais e injetáveis para manter a pressão abaixo de 140/90 mmHg.

Além disso, é recomendado um regime alimentar com baixo consumo de sal e açúcar, repouso, aumento da ingestão de líquidos e acompanhamento médico constante durante o pré-natal.

Fonte: Agência Brasil

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