Com a chegada do período chuvoso e o aumento da umidade do ar é comum que algumas pessoas sofram mais com problemas respiratórios e alérgicos como asma, rinite e sinusite.
Segundo o pneumologista, João Luiz Vieira, um dos principais agravantes para estas doenças é a proliferação de mofo, uma formação de microrganismos constituídos por vários tipos de fungos que não podem ser vistos a olho nu, pois o que vemos são apenas as estruturas da formação desses organismos. Os fungos se multiplicam em ambientes úmidos e escuros, com pouca luz e pouco arejamento.
O médico explica que a umidade aumentada em decorrência das chuvas constantes, resulta em maior acúmulo do mofo nas roupas, carpetes, tapetes e livros. O mofo é um potencial indutor de inflamações nas vias aéreas superiores (narinas e seios da face) e vias aéreas inferiores (brônquios).
"Além do mofo, as chuvas podem manter os cabelos, as roupas e os sapatos úmidos por mais tempo e produzir resfriamentos das mucosas respiratórias, favorecendo também o aparecimento de viroses e infecções bacterianas", acrescentou o médico.
A jornalista Alinny Maria relata que desde o início do clima úmido em Teresina, iniciou um processo inflamatório nas vias aéreas, manifestado inicialmente por espirros e coriza. No entanto, logo percebeu inchaço no rosto, nariz entupido e secreção excessiva. Além disso, enfrentou dores na garganta seguidas por uma otite, sensação de peso na cabeça e dor facial.
"Dias depois iniciei uma tosse produtiva com chiado no peito. Já fui parar na urgência e tive que tomar injeções, no entanto toda vez que chove , parece que volta tudo. Estou com muita dificuldade para dormir e não consigo respirar pelo nariz. Hoje como o dia amanheceu chovendo, já estou toda entupida novamente, basta eu sair na frieza", relata.
Luiz Vieira afirma que estes sintomas estão associados a rinossinusites, faringites e bronquites agudas, que se intensificam nesta estação, que podem se complicar com infecções oportunistas e evoluir para pneumonias.
"As crianças e idosos sempre apresentam maior vulnerabilidade aos agravos à saúde", alerta o pneumologista.
As crianças por apresentarem as defesas imunológicas ainda em formação, os idosos por apresentarem estas defesas em desorganização pelo avançar da idade, além de poderem apresentar outros agravos à saúde que adquiriram ao longo da vida, comorbidades como o diabetes mellitus e as demências.
Para prevenir problemas de saúde no período de chuvas intensas, o médico orienta a população a proteger o corpo para não ficar úmido em decorrência das chuvas, evitando permanecer com roupas e sapatos molhados. Outra medida importante é evitar que os ambientes internos da casa fiquem úmidos e sem ventilação, pois isso aumenta a proliferação do mofo.
É importante que diante da aparição dos sintomas seja procurado um médico especialista o mais rápido possível, para que este dê o diagnóstico correto.