Saúde

CORONAVÍRUS

Conheça Éris, a nova variante mais contagiosa da Covid-19 que chegou ao Brasil

Os especialistas afirmam que a mutação ainda não apresenta riscos à população brasileira

Da Redação

Sexta - 25/08/2023 às 08:46



Foto: Agência Brasil Covid
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A mais nova variante do coronavírus foi nomeada informalmente de Éris, que tem sintomas semelhantes aos da Ômicron e é altamente contagiosa. A EG.5, já foi identificada em 52 países e o Brasil confirmou seu primeiro caso nesta semana, em São Paulo. Os especialistas afirmam que a mutação ainda não apresenta riscos à população brasileira que já teve Covid-19 ou que está vacinada. 

Em entrevista ao Jornal da USP, o  virologista Benedito Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que o número de casos de Covid-19 aumentou desde a chegada da mutação, mas ela não é mais grave do que as outras variantes.

"Ela tem transmissibilidade muito grande. Há evidências de que ela é mais transmissível do que as variantes que estão ocorrendo no momento, e ela, por causa dessa mutação, não é completamente neutralizada pelo sistema imune que nós temos", disse Benedito Lopes da Fonseca.

O especialista afirma ainda que houve um aumento no número de casos e internações desde a chegada da Éris, embora a gravidade não seja diferente da de outras variantes. Além disso, os sintomas são “muito parecidos com os que são causados pela ômicron original: febre, dor de cabeça, dor no corpo, dor de garganta e nariz escorrendo. Então não tem uma gravidade maior. Há um aumento no número de casos e internações, mas, até esse momento, não há uma gravidade muito grande em relação a essa nova variante”, concluiu o professor.

O primeiro caso confirmado no Brasil é uma mulher de 71 anos de idade que reside na zona Sul da capital paulista.  De acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), a paciente já está curada, e apresentou inicialmente os sintomas de febre, tosse, fadiga e dor de cabeça em 30 de julho, sendo que fez a coleta para exame laboratorial em 8 de agosto.

Variante Éris pelo mundo

Sequenciada pela primeira vez em fevereiro deste ano, na China, a subvariante EG.5 (Éris), já foi identificada em ao menos 52 países e, rapidamente, se tornou a variante dominante em alguns destes.

Os países que vem enfrentando um aumento de casos, de acordo com o boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde a Éris é dominante, são: China, Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, entre outros países.

Apesar do aumento de casos, as taxas de morbidade e mortalidade do vírus não tem sofrido mudanças expressivas. Os sintomas de infecção pela EG.5 não se diferenciam dos demais coronavírus em circulação, podendo incluir: febre, tosse seca e persistente, coriza e dor de garganta.

A volta das máscaras

Graças a uma mutação na proteína spike, a variante Éris consegue escapar mais facilmente da imunidade desenvolvida através das vacinas, ou do contato com outras variantes do coronavírus, no entanto, ainda não há indicativos para mudanças nas leis sanitárias.

É sempre importante salientar que as medidas de higiene e segurança devem ser mantidas, como a lavagem das mãos, cobrir a boca quando tossir ou espirrar e utilizar máscara quando estiver com sintomas gripais.

A utilização da máscara também é indicada para pessoas que pertencem ao grupo de risco, como: pessoas idosas, imunossuprimidas, que possuam problemas respiratórios, entre outros. Caso você frequente locais fechados, com aglomeração ou muita circulação de pessoas, também prefira a utilização de máscaras.

A eficácia das vacinas

As vacinas são, sem dúvidas, a melhor ferramenta de combate ao contágio e espalhamento da Covid-19.  Ainda que não consiga barrar completamente o contágio, seja pela variante Éris ou outras, elas têm sido um fator diferencial na proteção, atuando para que a doença não progrida de forma grave.

Com sistema imunológico fortalecido, os desfechos têm se mostrado menos graves, diminuindo consideravelmente internações e o número de mortes. Assim como já ocorre com a vacinação contra gripe, que recebe atualizações anuais, os desenvolvedores já estudam uma nova atualização para a vacina contra Covid, que pode estar disponível em breve.

Sesapi orienta municípios sobre nova variante

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e a Coordenação de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), emitiram nota de alerta epidemiológico sobre a nova subvariante da Ômicron. O objetivo é orientar os órgãos de saúde do estado sobre a  EG.5. Até o momento, o Piauí não registou casos de Covid em decorrência da subvariante.

Segundo a nota técnica, a recomendação do Ministério da Saúde às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal é a adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico.

Diante da orientação do MS, a Sesapi solicitou às regionais de saúde um levantamento junto aos municípios sobre a necessidade de envio de testes, por meio do CIEVS, para atender a demanda.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Piauí, porém, é possível que possa já está circulando no estado de forma silenciosa, como ocorreu com outras variantes. Com isso, orientamos o reforço da testagem com os municípios e também os cuidados de prevenção da doença”, disse Amélia Costa, coordenadora do Cievs.

O documento também lembra aos gestores municipais sobre a necessidade de continuar seguindo com o calendário de vacinação contra a Covid, de acordo com as determinações do Ministério da Saúde, com atenção aos grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunosuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde).

“Manter a vacinação em dia é a principal medida de combate à covid-19. Por isso, se torna cada vez mais importante a atualização das doses de reforço para prevenção da doença. Também pedimos para aqueles que estão nos grupos de maior risco de agravamento pela doença, que continuem a seguir as medidas de prevenção e controle não farmacológicas, incluindo o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus SARS-CoV-2”, reforça a superintendente de Atenção à Saúde e Municípios da Sesapi, Leila Santos.

Fonte: Com informações de Piauí Hoje, USP e TechMundo

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