Começou em todo o país a campanha Junho Violeta voltada à conscientização do ceratocone. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença causa o comprometimento da visão em cerca de 150 mil brasileiros por ano.
O ceratocone é uma doença degenerativa que afeta a córnea, quando ela adquire um formato irregular e mais fina, em forma de cone. Os hábitos de coçar, esfregar ou friccionar os olhos de maneira frequente pode levar a doença a um estágio mais grave, principalmente em casos recorrentes na família.
“Os principais sintomas são dificuldade para enxergar, sensibilidade à luz, perda gradativa da visão, dor de cabeça e coceira recorrente. Além disso, os pacientes têm alterações frequentes no grau dos óculos. Isso por que a deformidade na córnea atrapalha a projeção de imagens na retina, o que pode levar ao desenvolvimento de grau elevado de astigmatismo e miopia”, explica o oftalmologista Mateus Vilar.
A doença costuma acometer adolescentes e jovens na faixa etária entre 13 a 18 anos, com associação de alguma alergia ou coceira nos olhos. A tendência é se estabilizar por volta dos 30 anos. “O surgimento é comum na puberdade, sendo que a progressão depende de cada caso e de fatores externos”, explica o especialista.
O ceratocone não tem cura, porém se diagnosticado precocemente existe tratamento. “O indicado é o uso de óculos ou lentes de contato para correção da visão. Nos casos moderados e mais avançados pode ser necessário tratamento cirúrgico conhecido como crosslinking de colágeno. O método consiste na aplicação de medicamento associado a raios ultravioletas, que estimulam que as fibras de colágeno da córnea se aproximem e fiquem mais fortes, diminuindo a progressão da doença em até 92%”.
A campanha Junho Violeta foi criada para alertar a população sobre a importância da realização de exames periódicos para um diagnóstico precoce e início do tratamento. “É necessário ficar atento aos sintomas ou qualquer alteração na visão, principalmente jovens na idade de risco. Além disso, evitar esfregar os olhos com frequência, para impedir o aparecimento da doença sendo importante manter essa prática para toda a vida”, comenta.
Além desses cuidados, o médico orienta a manter uma rotina de consultas regulares com um oftalmologista. “Quanto mais rápido for o diagnóstico mais eficaz será o tratamento”, recomenda Mateus Vilar.
Dicas:
Fique atento aos sintomas: dificuldade para enxergar, imagens "fantasmas", dor de cabeça, sensibilidade à luz e coceira.
Evite coçar ou esfregar os olhos: Um dos principais fatores para o desenvolvimento da doença é a coçar os olhos.
Fonte: Ivana Machado