Na madrugada desta quarta-feira (9), o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), recebeu uma remessa de vacinas contra a dengue importadas pelo Ministério da Saúde. A carga, proveniente da Irlanda, foi prontamente liberada pela Receita Federal, que mantém uma política de priorização para produtos essenciais à saúde pública.
O lote é composto por 61 volumes, totalizando um peso bruto de 40.475 quilos, dos quais 14.103,62 quilos correspondem ao peso líquido das vacinas. Fabricadas na Alemanha por um laboratório japonês, as vacinas foram acondicionadas em câmaras frias no próprio aeroporto, mantendo a temperatura controlada entre 2ºC e 8ºC, garantindo a integridade dos imunizantes.
Foram importadas aproximadamente 100 mil caixas, cada uma contendo 10 frascos de dose única, totalizando mais de um milhão de doses destinadas à prevenção da dengue. Após a liberação aduaneira, as vacinas passarão por análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) antes de serem distribuídas às unidades de saúde em todo o país.
A chegada dessas vacinas representa um avanço significativo na estratégia nacional de combate à dengue, especialmente diante do aumento de casos registrados nos últimos anos. O Ministério da Saúde estabeleceu critérios para a distribuição dos imunizantes, priorizando regiões com alta incidência da doença e municípios com população igual ou superior a 100 mil habitantes. O público-alvo inicial são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta elevado número de hospitalizações por dengue, ficando atrás apenas dos idosos. Contudo, a aplicação em idosos ainda não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Brasil se destaca como o primeiro país a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público universal. A vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023. O esquema vacinal prevê duas doses, com intervalo mínimo de três meses entre elas. Estudos clínicos demonstraram uma eficácia de 80,2% contra a dengue após 12 meses da segunda dose, além de uma redução de 90% nas hospitalizações relacionadas à doença.
A vacina utiliza tecnologia de vírus atenuado, sendo composta pelos quatro sorotipos do vírus da dengue. No entanto, é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com imunodeficiências ou sob tratamento imunossupressor. A Anvisa ainda não aprovou sua aplicação em idosos, considerando as especificidades desse grupo populacional.
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Fonte: Secom
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