Saúde

RISCOS À SAÚDE

Maioria dos adolescentes brasileiros têm múltiplos fatores de risco para doenças crônicas

Pesquisa revela problemas com atividade física, alimentação e substâncias; medidas urgentes são necessárias

Da Redação

Segunda - 02/09/2024 às 10:18



Foto: Canva 81% dos adolescentes brasileiros têm fatores de risco para doenças crônicas
81% dos adolescentes brasileiros têm fatores de risco para doenças crônicas

A maioria dos adolescentes brasileiros (81,3%) tem dois ou mais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como problemas cardiovasculares e diabetes. Esse dado alarmante foi revelado por um estudo das universidades Federal de Minas Gerais (UFMG) e Federal de São Paulo (Unifesp), publicado no periódico BMC Pediatrics. A pesquisa analisou o estilo de vida dos jovens usando dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), envolvendo 121.580 adolescentes de 13 a 17 anos.

Os principais fatores de risco identificados foram:

  • Falta de atividade física: 71,5% dos entrevistados se exercitam pouco.
  • Consumo inadequado de frutas e verduras: 58% não consomem a quantidade recomendada.
  • Excesso de doces: 32,9% consomem doces em excesso.
  • Abuso de refrigerantes: 17,2%.
  • Consumo de álcool: 28,1%.
  • Tabagismo: 6,2% são fumantes.

Não houve diferenças significativas entre escolas públicas e privadas, mas os jovens da região Sudeste apresentaram mais fatores de risco. Alanna Gomes da Silva, primeira autora do estudo, destaca que apenas 3,9% dos jovens não têm fatores de risco, enquanto 9% têm todos os sete.

O cardiologista pediátrico Gustavo Foronda considera que os resultados são preocupantes e refletem um agravamento da qualidade de vida dos jovens, principalmente em grandes centros urbanos. A mudança de hábitos é atribuída a fatores como violência urbana, que limita a atividade física ao ar livre, e o uso excessivo de eletrônicos, além do fácil acesso a alimentos ultraprocessados.

Esses hábitos podem levar a doenças precoces, como sobrepeso e hipertensão. Foronda alerta que adolescentes com vários fatores de risco têm maior probabilidade de desenvolver doenças graves na vida adulta.

Para melhorar a situação, é necessário promover ações que envolvam escolas, pais e a sociedade, abordando a merenda escolar, o acesso a frutas e hortaliças, e estimular a atividade física. Além disso, é importante controlar o uso de telas pelos pais e responsáveis.

Fonte: Brasil 247

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