Pelo menos 26 senadores já apoiam o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar o prejuízo de R$ 3,2 bilhões dos Correios.
A iniciativa, liderada pelo senador Marcio Bittar (União-AC), visa apurar o crescimento das despesas da estatal, que aumentaram 38% entre 2022 e 2023, subindo de R$ 5,91 milhões para R$ 8,15 milhões, apesar da inflação de 4,62% no período. O aumento nos gastos, somado ao concurso público de 3,5 mil funcionários e patrocínios de R$ 30 milhões, gera questionamentos sobre a gestão financeira da empresa.
Marcio Bittar criticou a gestão atual dos Correios, que, após gerar lucro em gestões anteriores, voltou a registrar prejuízos sob o governo atual. O parlamentar destacou as inconsistências nas contas da estatal, mencionando o contraste entre o patrocínio milionário e a situação financeira deficitária da empresa. Ele também questionou a contratação de milhares de novos funcionários, sugerindo que essa estratégia não seria condizente com a realidade financeira dos Correios.
Com o apoio de uma ampla base no Senado, a proposta de Bittar visa a criação de uma CPI que investigue detalhadamente os motivos dos elevados gastos e o impacto do déficit na sustentabilidade da empresa, além de avaliar as implicações para os servidores e a gestão pública.
Entenda o caso
A crise financeira dos Correios tem raízes em uma combinação de fatores, conforme explicou o presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos. Ele atribui a queda nas finanças a dois principais problemas: a "taxa das blusinhas", uma tarifa sobre compras internacionais, e os precatórios deixados por gestões anteriores. Fabiano também ressaltou que a estatal ainda sofre os efeitos da tentativa de privatização realizada pelo governo de Jair Bolsonaro, o que, segundo ele, contribuiu para a instabilidade e a crise financeira que afeta a empresa atualmente.
Em uma coletiva de imprensa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Correios detalhou como essas questões impactaram diretamente o aumento das despesas e contribuíram para o déficit milionário da empresa. Ele reforçou que a estatal está em um processo de reestruturação para enfrentar essas dificuldades e superar os desafios financeiros herdados.
Confira os 26 senadores que apoiam a CPI dos Correios:
- Rogerio Marinho (PL-RN);
- Eduardo Girão (Novo-CE);
- Marcos Rogério (PL-RO);
- Chico Rodrigues (PSB-RR);
- Jaime Bagattoli (PL-RO);
- Ciro Nogueira (PP-PI);
- Cleitinho (Republicanos-MG);
- Plínio Valério (PSDB-AM);
- Magno Malta (PL-ES);
- Damares Alves (Republicanos-DF);
- Jorge Seif (PL-SC);
- Dr. Hiran (PP-RR);
- Eduardo Gomes (PL-TO);
- Luis Carlos Heinze (PP-RS);
- Lucas Barreto (PSD-AP);
- Astronauta Marcos Pontes (PL-SP);
- Zequinha Marinho (Podemos-PA);
- Flavio Bolsonaro (PL/RJ);
- Hamilton Mourão (Republicanos-RS);
- Wilder Morais (PL-GO);
- Tereza Cristina (PP-MS);
- Carlos Portinho (PL-RJ);
- Esperidião Amin (PP-SC);
- Styvenson Valentim (PSDB-RN);
- Wellington Fagundes (PL-MT); e
- Izalci Lucas (PL-DF).