A Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) entregou, nessa sexta-feira (25), uma miniusina móvel de beneficiamento de algodão para a Associação de Moradores da Comunidade Lagoa do Juá, na zona rural de São Francisco de Assis do Piauí, no Território de Desenvolvimento Vale do Canindé.
O equipamento foi adquirido com recursos próprios da SAF e vai auxiliar nas atividades produtivas de cerca de 50 famílias. De acordo com o superintendente de Ações de Apoio à Agricultura Familiar da SAF, Clébio Coutinho, a entrega vai beneficiar agricultores de comunidades rurais dos municípios de São Francisco de Assis do Piauí e Paulistana.
“Esse equipamento, uma miniusina móvel de beneficiamento do algodão, vai auxiliar os produtores de algodão orgânico cultivado em consórcio agroalimentar tanto aqui da comunidade Lagoa do Juá como de toda a região. Isso vai possibilitar que as famílias beneficiem o algodão produzido aqui na própria comunidade”, disse o gestor.
A presidente da Associação de Produtores da Comunidade Lagoa do Juá, Luiza Josefa, celebrou a chegada do equipamento. Segundo ela, a partir de agora os produtores não vão precisar levar o algodão colhido para ser beneficiado em Paulistana.
“A gente plantava e colhia o algodão e levava para Paulistana, para ser beneficiado lá. Aí surgiu a ideia de solicitarmos um projeto para nós conseguirmos ter essa miniusina para estar beneficiando o algodão aqui na comunidade. A luta foi grande, mas conseguimos, e a gente espera que as coisas melhorem ainda mais no processamento do algodão”, disse a produtora.
A miniusina móvel permite obter o produto em pluma organizado em fardos, a partir do algodão em rama. O equipamento tira o caroço do algodão e o separa, para ser utilizado ou no plantio da safra seguinte ou para ração animal.
Algodão orgânico do Piauí é exportado para a França
O algodão que agora vai ser processado na miniusina tem alto valor agregado por ter certificação orgânica. Produtores de São Raimundo Nonato, Canto do Buriti, São Francisco de Assis do Piauí e Paulistana possuem a certificação feita pela Associação dos Produtores Agroecológicos do Semiárido (Apaspi).
Para ter a certificação orgânica, o produtor precisa atender a alguns critérios, como não realizar queimadas na propriedade, colocar algum tipo de agrotóxico, e tem que ser consorciado de acordo com os critérios da Apaspi.
O agricultor Deusimar Gomes conta que a certificação de orgânico vem a partir de comissões que realizam as fiscalizações in loco. “A certificação é feita pelo modo participativo. O nosso grupo é composto por duas comissões, assim como os demais. Comissão de ética e comissão de avaliação. Elas são responsáveis por fazer as visitas. A de ética faz a visita do seu próprio grupo, dos próprios produtores. E a comissão de avaliação vem de um outro grupo para saber e verificar o trabalho da comissão de ética. Então isso é o processo da certificação”, explicou o produtor.
Atualmente existem duas usinas de beneficiamento de algodão, em Paulistana, para onde era levado o algodão produzido em São Francisco de Assis, e São Raimundo Nonato.
Em 2024, foram produzidas nove toneladas de algodão orgânico. O produto é exportado integralmente para a fábrica francesa Vert, que produz tênis a partir de materiais orgânicos e agroecológicos.
Fonte: CCOM/PI