O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a atacar os governadores do Nordeste, em Sobradinho, município a 602 km de Salvador (BA) nesta segunda-feira (5). Bolsonaro acusou os governadores de fazer "politicalha" e querer transformar o Nordeste "em uma Cuba". "Não estou aqui com colegas nordestinos para fazer média. [...] Mas não existe esta questão de preconceito. Eu tenho preconceito é com governador ladrão que não faz nada para o seu estado".
Bolsonaro voltou a negar que tenha se referido aos governadores nordestinos como "paraíbas". Disse que fez críticas específicas aos governadores do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) e da Paraíba, João Azevêdo (PSB). "Não vou negar nada para o estado. Mas se eles [governadores] quiserem que realmente isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro. Caso contrário, eu não vou ter conversa com eles e vou divulgar obras junto às prefeituras", ameaçou.
"A gente não pode mais contar uma piada. Não posso nem contar piada de cabeçudo, de goiano, de gaúcho, de cearense cabra da peste. Não há mais liberdade neste país. Tudo é politicamente correto". Bolsonaro firmou que a "esquerda canalha" quer dividir o Brasil. "Para alguns governadores... é o Nordeste e o resto. Querem fazer disso aqui uma Cuba? O Brasil é um só, não queiram dividir regiões. Tem alguns que acham que aquela região é dele e não do povo. Isso não existe, o Nordeste é Brasil."
Os novos ataques foram disparados durante a inauguração da primeira etapa da Usina Solar Flutuante, erguida pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) em Sobradinho, orçada em R$ 55 milhões. São 3.792 painéis solares e potência instalada de um Megawatt. O projeto foi licitado na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e iniciado no governo Michel Temer (MDB).
Assim como a inauguração do aeroporto em Vitória da Conquista, a solenidade de Sobradinho também não teve a participação do governador da Bahia, Rui Costa (PT), que nesta segunda-feira cumpre agenda em Brasília e São Paulo. "Quem tem preconceito é ele. Se estivesse aqui seria muito bem-vindo, não teria em momento algum falado algo contra ele. Agora, quem está com medo de encarar o seu próprio povo é ele", detonou Bolsonaro sobre a ausência de Rui Costa.
Fonte: Folhapress
Mais conteúdo sobre: