Às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, José Genoino, ex-presidente do PT, analisou a situação política do Brasil durante o programa Conversa de Política. Ele destacou a importância da disputa em São Paulo, entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), como simbólica para o futuro da esquerda no país. "A eleição de Boulos em São Paulo é estratégica para a esquerda e para o governo Lula", afirmou Genoino.
A campanha de Boulos, que conta com o apoio oficial do PT, foi descrita como "uma candidatura de esquerda com perfeita identidade com o projeto do partido". Genoino expressou otimismo, mencionando um grande entusiasmo nas ruas e acreditando que Boulos está bem posicionado para ir ao segundo turno. "Tenho visto a campanha de perto, nas feiras e praças, e há um entrosamento muito forte entre a candidatura de Boulos e a base do PT. Estamos confiantes de que ele chegará ao segundo turno", disse.
O cenário eleitoral, entretanto, é complexo. O atual prefeito, Ricardo Nunes, apesar de ter a máquina administrativa a seu favor, enfrenta dificuldades para mobilizar o eleitorado, em meio ao que Genoino chamou de "um esquemão que tenta manter o status quo". Ele também criticou a candidatura de Pablo Marçal, um "anarco capitalista", considerando-a uma ameaça ao sistema político. "Ele é a expressão mais radical da degradação da política e da negação da democracia. Não podemos repetir o erro de 2018, quando Bolsonaro emergiu do caos", alertou.
Genoino enfatizou que as eleições de 2024 são um prelúdio importante para as eleições presidenciais de 2026, destacando a correlação entre as disputas municipais deste ano e o futuro cenário nacional. "Estamos vendo em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, o fortalecimento de candidaturas que podem dar o tom das próximas eleições presidenciais", observou.
Ao final, Genoino fez um apelo à unidade da esquerda: "Precisamos de um movimento político capaz de unir as forças progressistas e enfrentar a ameaça da extrema-direita. O futuro da esquerda depende dessa união e da nossa capacidade de enfrentar o sistema neoliberal que tenta destruir a política e a democracia", concluiu.
Fonte: Brasil 247