A secretária estadual da Agricultura Familiar, Rejane Tavares, disse que quase 60% dos agricultores familiares do Piauí são mulheres. Apesar de não serem precisos, os números mostram como a participação feminina na produção de alimentos no Piauí tem aumentado. Para a secretária, a agricultura familiar é uma ferramenta importante de empoderamento e independência para as mulheres piauienses.
"Nem sempre essas mulheres estão na frente dos processos de gestão da propriedade e da comercialização dos produtos. Apesar de que nós temos hoje muitos grupos de mulheres organizados, que já conseguem colocar seus produtos nos mercados", disse.
"E a gente tem exemplos em vários territórios. Nós temos grupos de mulheres que trabalham só com produção de ovos. No semiárido, nós temos mulheres trabalhando com produção de doces, de tempero, de bolos, de salgados e também nas hortas comunitárias. A gente tem muitas mulheres liderando esses grupos", afirma a secretária.
Mulheres participam ativamente do projeto Quitanda da Agricultura Familiar
Segundo Rejane Tavares, cerca de 20 dos 32 grupos que participam da Quitanda da Agricultura Familiar são liderados por mulheres. O projeto consiste em feiras organizadas para promoção e comercialização de produtos de associações rurais produtores e cooperativas da agricultura familiar.
"Com esse projeto a gente tem uma entrada hoje muito forte nos condomínios. Nós estamos no Alphaville, nós estamos na Aldebaran, no condomínio Girassol, no Mediterrâneo localizado ali na avenida Raul Lopes. Enfim, todo sábado nós temos grupos de agricultores familiares nos condomínios e desses 32 grupos, mais ou menos, uns 20 são liderados por mulheres", diz Rejane.
"No passado, a mulher era quem cuidava do quintal produtivo, era quem cuidava das galinhas, cuidava da horta. Mas quem comercializava os produtos e administrava a renda era o marido. Mas isso vem mudando paulatinamente, com muitas mulheres, até mesmo na zona rural, assumindo a chefia de famílias. E aí a gente tem também esse protagonismo das mulheres se organizando em grupos produtivos e comercializando sua produção", afirma.
Governo quer destinar R$ 242 milhões para a Agricultura Familiar em 2025
Em entrevista ao Piauí Hoje.Com, Rejane Tavares destacou que o governador Rafael Fonteles tem buscado aumentar os investimentos na área, reconhecendo a importância da agricultura familiar como política de inclusão produtiva e social e no combate à fome.
"O governador Rafael Fonteles cobra muito, é acelerado, mas a gente precisa acelerar mesmo para promover o desenvolvimento do estado do Piauí. E tem sido muito prazeroso porque quando você acelera, você também vê os resultados mais rápido", afirmou.
A proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) do Governo do Piauí para o exercício financeiro de 2025 prevê uma despesa fixa de R$ 242.772.952,00 para a Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), valor 169,80% maior que o apresentado no orçamento de 2024, que foi de R$ 142.973.267,00.
A LOA 2025 começará a tramitar na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) assim que a Comissão de Finanças fixar o calendário contendo as datas para a realização dos debates com os poderes Judiciário e Executivo, com o Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado, Defensoria Pública, Uespi e outros órgãos. O calendário também estipula o prazo para que os deputados apresentem suas emendas.
A secretária participou de uma conversa muito importante no podcast do portal Piauí Hoje.Com, falando sobre a importância da agricultura familiar no estado e sobre os investimentos que estão sendo feitos nessa área. Confira a entrevista na íntegra:
Quem é Rejane Tavares
Rejane Tavares da Silva é jornalista, graduada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com mestrado em Administração e Comunicação Rural pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e especialização em Planejamento Estratégico e Participativo pelo PNUD e GIZ.
Trabalhou em agências de cooperação internacional como PNUD, IICA, OEA e GIZ, onde coordenou trabalhos como o Plano de Ações Integradas para o Desenvolvimento da Bacia do rio Parnaíba (Planap); o Programa Regional de Desenvolvimento Local Sustentável – Programa Nordeste Sustentável; gerenciou o Programa de Parcerias com o Setor Empresarial, da cooperação Brasil/Alemanha.
Na Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), atuou como superintendente de Planejamento Estratégico e Territorial, coordenando a elaboração do Projeto Plurianual (PPA), na reformulação da estratégia de planejamento, monitoramento e avaliação do Estado e também esteve como secretária da Seplan até dezembro de 2022 quando deixou o Planejamento para assumir a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF).
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