
O ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, e o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, envolveram o ex-presidente Jair Bolsonaro em conversas de teor golpista em depoimento para a Polícia Federal (PF). Os investigadores do caso começaram a discutir quais crimes o ex-chefe do Poder Executivo deveria ser indiciado ao final das apurações. As informações são foram reveladas à Reuters por duas fontes da PF com conhecimento das tratativas.
Até junho deste ano, o ex-presidente deve ser indiciado pela PF em três inquéritos diferentes: por fraudes em cartão de vacinas, joias recebidas pelo governo Saudita e tentativa de golpe de Estado, com penas de prisão somadas que podem superar os 55 anos, segundo as fontes.
O indiciamento abriria para Bolsonaro caminho para ser denunciado pelo Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet. Se a acusação for aceita pelo Tribunal da Justiça Federal (STF), Bolsonaro terá que responder a processo criminal que pode levá-lo à prisão, em caso de condenação.
Não há, segundo as quatro fontes – duas fontes da PF, uma da Procuradoria-Geral da República e uma do Supremo –, um cenário para se prender Bolsonaro durante as apurações, exceto se, por exemplo, ele tentar obstruir as investigações, o que justificaria legalmente uma medida extrema.
Procurada, a defesa de Bolsonaro não respondeu de imediato a pedido de comentário. O ex-presidente e seus advogados já negaram, em entrevistas, envolvimento em todos os casos.
Um dos advogados de Bolsonaro, o ex-ministro Fabio Wajngarten, disse nesta terça-feira (5) estar “convicto” de que não há nada concreto contra o ex-presidente “nos tais depoimentos, que ainda não tivemos acesso”. “Na narrativa, no constrangimento, nos vazamentos não implacarão um capítulo na história do Brasil”, afirmou o advogado em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter).
Fonte: Brasil 247