
A Polícia Federal decidiu que a investigação contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) será conduzida pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP), setor especializado em contrainteligência e com histórico em apurações envolvendo a família Bolsonaro. O inquérito foi instaurado nesta segunda-feira (26) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Segundo integrantes da cúpula da PF ouvidos pela coluna do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, a escolha pela DIP levou em conta o acúmulo de informações já disponível na área. “O inquérito irá para a DIP, pelo conhecimento que a equipe tem de todo o contexto”, afirmou uma das fontes.
A investigação mira a atuação de Eduardo nos Estados Unidos, onde está em autoexílio, acusado de articular, junto ao círculo do presidente Donald Trump, sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo Moraes. As articulações teriam caráter político e internacional, o que, para a PF, reforça a necessidade de uma condução por um setor com expertise em inteligência e cooperação internacional.
Embora tecnicamente o caso pudesse ter sido encaminhado à Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores (CINQ), vinculada à Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), esse setor foi descartado. Segundo apurou a reportagem, a CINQ está hoje esvaziada de funções e tem se concentrado na Operação Lesa Pátria, responsável por investigar os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Nos bastidores da PF, o encaminhamento à DIP foi tratado como natural. A diretoria já atuou em apurações anteriores sobre a tentativa de golpe de Estado e lidera o núcleo que concentra as investigações mais sensíveis envolvendo o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Fonte: Brasil 247