
Na cerimônia de posse de Alexandre Padilha, nesta segunda-feira (10), Nísia Trindade se despediu do cargo de ministra da Saúde, criticando uma "campanha sistemática e misógina" que, segundo ela, foi direcionada à sua gestão ao longo dos 25 meses em que chefiou a pasta. Nísia não identificou diretamente os responsáveis pela campanha, mas afirmou que atitudes desse tipo não devem ser normalizadas no cenário político.
Durante seu discurso, a ministra destacou a reconstrução do Ministério da Saúde, que havia sido, segundo ela, "desmontado e desacreditado" no governo de Jair Bolsonaro (PL). Nísia ressaltou a recuperação de índices de vacinação e a retomada de programas como o Farmácia Popular, além de se orgulhar de seu trabalho à frente do SUS. Ela também fez referência à pressão política para a nomeação na pasta, com partidos do Centrão buscando assumir o cargo, mas afirmou que o presidente Lula decidiu manter a Saúde sob o comando de um petista.
A troca no ministério ocorreu após um período marcado por crises, como o surto de dengue e falhas na distribuição de vacinas. Nísia foi a primeira mulher a comandar a pasta, e sua nomeação foi vista como uma escolha técnica, dada sua experiência à frente da Fiocruz, especialmente no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Em um comunicado, a Secretaria de Comunicação do governo afirmou que o presidente "agradeceu à ministra pelo trabalho e dedicação à frente do ministério".
Alexandre Padilha, que já ocupou o cargo de ministro da Saúde entre 2011 e 2014, retorna à pasta com a missão de fortalecer as relações do governo com o Congresso e recuperar a popularidade junto ao eleitorado. Sua gestão anterior foi marcada pela ampliação do programa Farmácia Popular e pela implementação de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo, visando à fabricação nacional de medicamentos e equipamentos hospitalares.
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Fonte: Metrópoles