Política

DENÚNCIA

Ministro Silvio Almeida é acusado de assediar sexualmente a ministra Anielle Franco

Ele negou as acusações e a Comissão de Ética da Presidência da República abriu procedimento para apurar as denúncias; Anielle Franco não se pronunciou

Dhara Leandro

Sexta - 06/09/2024 às 08:20



Foto: José Cruz/Agência Brasil O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, está sendo acusado de assédio sexual contra diversas mulheres, e uma delas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A denúncia partiu da organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual, e foi publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles.

Segundo a coluna, as mulheres que denunciaram o caso pediram anonimato. As supostas atitudes do ministro seriam de conhecimento de vários ministros do Governo e os assédios contra Anielle teriam ocorrido no ano passado. Segundo a coluna, os episódios de assédio envolvendo Anielle incluiriam "toque nas pernas da ministra, beijos inapropriados ao cumprimentá-la, além de o próprio Silvio Almeida, supostamente, ter dito a Anielle expressões chulas, com conteúdo sexual".

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Foto: Reprodução/Instagram.

Às 21h dessa quinta-feira (5), o ministro Silvio Almeida publicou nota à imprensa, por meio do site do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, negando as acusações e disse que as denúncias tem o único motivo de lhe prejudicar, apagar suas lutas e histórias e bloquear o seu futuro. Ele também se pronunciou através de vídeo publicado nas redes sociais.

"Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro. Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas", diz a nota.

Ainda, o ministro encaminhou ofícios para a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.

“Diante da gravidade do teor das informações amplamente compartilhadas, reconhecendo que toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, é urgente que os fatos sejam cuidadosamente apurados e processados”, dizem os documentos.

Além disso, o ministro acusou a organização Me Too de ter "histórico relacional controverso" com a pasta e citou impasses sobre licitações públicas. Segundo nota de esclarecimento publicada pelo ministério, "há outras circunstâncias a serem apuradas, com seriedade, para coibir abusos, assegurar a responsabilização de quem faz uso indevido da justiça e que possam envolver interesses escusos em torno dos recursos da administração pública". Confira aqui a nota completa.

A ministra Anielle Franco não se pronunciou sobre o caso.

Janja publica foto com ministra

Após o caso estourar na imprensa, a primeira-dama do Brasil, Janja Silva, publicou foto com a ministra Anielle Franco, levando as pessoas a acreditar que as denúncias sejam verdadeiras.

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