Política

DANÇA DAS CADEIRAS

Senado Federal limita despesas com novos parlamentares a partir de 2026

Proposta aprovada nesta quarta-feira (25) busca conter impacto fiscal da ampliação da Câmara

Da Redação com informações do Brasil 247 e CNN

Quinta - 26/06/2025 às 09:32



Foto: Reprodução/Agência Senado Senado aprova proposta que limita os gastos com novos deputados e tenta conter impacto fiscal da ampliação da Câmara
Senado aprova proposta que limita os gastos com novos deputados e tenta conter impacto fiscal da ampliação da Câmara

Em uma tentativa de evitar impacto financeiro com a ampliação do número de deputados federais, o Senado aprovou na noite dessa quarta-feira (25) uma emenda que limita os gastos relacionados aos novos parlamentares eleitos a partir de 2026. A proposta determina que o orçamento destinado a gabinetes, passagens aéreas, auxílios e demais benefícios não poderá ultrapassar os valores praticados em 2025, mesmo com a elevação do total de cadeiras na Câmara de 513 para 531.

A emenda foi apresentada pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e incorporada ao relatório do senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do projeto que amplia o número de deputados. Com a aprovação, o texto seguirá para nova análise na Câmara dos Deputados, já que sofreu alterações em relação à versão inicial aprovada pelos deputados em maio.

A medida surge em meio à polêmica sobre o impacto fiscal da ampliação, que atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte determinou a atualização da representação proporcional dos estados na Câmara com base nos dados do Censo Demográfico de 2022. A última revisão desse tipo havia sido feita em 1933.

Segundo o texto aprovado, ficam proibidos aumentos de despesas com gabinetes, cotas parlamentares, auxílio-moradia e demais verbas indenizatórias. Além disso, não poderão ser realizados créditos adicionais nem remanejamentos orçamentários com a finalidade de acomodar os novos parlamentares no orçamento público.

"Os valores correspondentes ao exercício de 2025 deverão ser mantidos", estabelece o projeto.

Emenda de Alessandro Vieira foi incorporada ao relatório de Marcelo Castro e impede aumento de verbas em 2025, mesmo com mais deputados - Agência Senado

Cálculos preliminares

A estimativa da Câmara dos Deputados aponta que o impacto anual com os novos 18 parlamentares será de cerca de R$ 64,6 milhões. Apesar da tentativa de limitar as despesas, especialistas alertam que os custos indiretos da ampliação continuarão a representar uma pressão significativa sobre o orçamento público federal.

Antes da aprovação da emenda, cálculos preliminares apontavam um custo total de R$ 150 milhões por ano com a ampliação das bancadas federais e estaduais, totalizando R$ 600 milhões ao longo de um mandato de quatro anos. Só nas Assembleias Legislativas, o impacto estimado com 30 novas cadeiras seria de R$ 85 milhões por ano.

O valor adicional supera, por exemplo, os R$ 132 milhões previstos para o orçamento do Ministério do Empreendedorismo em 2025, além de estar acima de diversos programas sociais do Governo Federal.

A proposta de emenda também prevê que o Tribunal de Contas da União (TCU) audite os dados do Censo utilizados como base para o redimensionamento das bancadas. Com a aprovação da medida no Senado, caberá agora à Câmara decidir se acata ou não as mudanças feitas pelos senadores. Caso o Congresso não conclua a análise até 30 de junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá assumir a redistribuição das vagas, conforme autorizado pelo STF.

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Fonte: Brasil 247 e CNN

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