
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará a Moscou no início de maio para participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, celebrado em 9 de maio, que marca o triunfo da União Soviética sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. Durante a visita, Lula pretende reforçar o apoio do Brasil a iniciativas de paz para o conflito entre Rússia e Ucrânia, segundo declarou Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais.
"O presidente Lula levará a mensagem de forte apoio às negociações de paz nas viagens que fará, em alguns dias, a Moscou e Pequim", afirmou Amorim durante a abertura da reunião de assessores de Segurança Nacional dos Brics, realizada no Itamaraty.
Além de Lula, outros líderes internacionais confirmaram presença no desfile militar na Praça Vermelha, incluindo o presidente chinês Xi Jinping, o venezuelano Nicolás Maduro, o cubano Miguel Díaz-Canel e o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico. O evento é visto como uma tentativa do presidente russo Vladimir Putin de demonstrar apoio internacional em meio ao conflito na Ucrânia.
A participação de Lula no evento gerou críticas por parte do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Em setembro de 2024, Zelensky classificou como "destrutiva" a proposta de paz apresentada por Brasil e China, que visa congelar o conflito e promover negociações sem a retirada das tropas russas do território ucraniano. Zelensky argumenta que tal iniciativa ignora a integridade territorial da Ucrânia e beneficia a Rússia.
O plano de paz Brasil-China, anunciado em maio de 2024, propõe medidas como cessar-fogo, proibição de ataques a instalações nucleares e fortalecimento da cooperação internacional. Apesar de contar com o apoio de 17 países, incluindo a Turquia, a proposta enfrenta resistência da Ucrânia, que não foi consultada durante sua elaboração.
Em resposta às críticas, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, convidou Lula para visitar Kiev antes do evento em Moscou. O governo brasileiro, no entanto, aguarda um convite formal para avaliar a possibilidade da viagem.
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2024, Zelensky alertou os países membros a não apoiarem iniciativas de paz alternativas ao seu plano, para evitar conceder espaço político ao presidente russo Vladimir Putin. Ele enfatizou os riscos à segurança global e a ameaça de uma possível catástrofe nuclear, dada a ocupação russa da usina de Zaporíjia.
A presença de Lula no desfile em Moscou ocorre em um momento delicado da diplomacia internacional, com o Brasil buscando equilibrar suas relações com diferentes blocos geopolíticos e promover uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia.
Fonte: Brasil 247