
A megaoperação deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira, intitulada Operação Tempus Veritati, traz à tona a compreensão de que houve duas tentativas de golpe de Estado com o intuito de burlar o resultado das eleições presidenciais e manter Jair Bolsonaro no poder.
As investigações revelam que Bolsonaro teria planejado um golpe com o uso de tropas militares antes da posse de Lula, com o intuito de permanecer no governo, prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente do Congresso, além de marcar novas eleições presidenciais.
A primeira tentativa de golpe não se concretizou, levando a uma segunda tentativa desesperada em 08 de janeiro, já com Lula empossado e Bolsonaro nos Estados Unidos. Esta segunda investida envolveu a adoção de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) com a invasão das sedes dos três poderes e o consequente vandalismo generalizado, que chocou o país.
Golpistas bolsonaristas no 08 de janeiro
Embora apenas o passaporte de Bolsonaro tenha sido apreendido nesta operação, evidências sugerem seu envolvimento direto no planejamento do golpe anterior à posse de seu sucessor eleito. Segundo as informações obtidas, esse golpe contava com a intervenção de tropas do Exército, em particular o batalhão do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), localizado em Goiânia e vinculado ao Comando Militar do Planalto. Um dos alvos da operação desta segunda-feira foi o general Theóphilo Gaspar de Oliveira, que era o comandante dessa unidade na época.
A partir de mensagens encontradas no celular do ex-ajudante-de-ordens Mauro Cid, a PF concluiu que o general Theóphilo teria se reunido com Bolsonaro em 9 de dezembro, três dias antes da diplomação de Lula, para acertar a participação de seu comando no golpe.
Embora o golpe planejado anteriormente não tenha se concretizado, os esforços para sua realização são evidentes. Questões sobre porque o golpe de antes da posse não se concretizou permanecem em aberto, levantando possíveis hipóteses, incluindo a falta de coragem de Bolsonaro ou uma eventual reação dos altos comandantes das Forças Armadas para impedir a consumação do golpe.
A Operação Tempus Veritati prossegue com a análise de documentos e investigações, buscando esclarecer os detalhes e responsabilidades envolvidas nessas tentativas de golpe que abalaram a estabilidade democrática do país.
Fonte: Brasil 247