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Jair Bolsonaro pediu alterações em minuta que planejava golpe de Estado

Segundo a PF, o ex-presidente pediu varias alterações na minuta que pressionava para realização de novas eleções

Da Redação

Quinta - 08/02/2024 às 11:51



Foto: Divulgação Bolsonaro
Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu alterações na minuta de decreto que buscava implementar um golpe de Estado, segundo investigações da Polícia Federal. A informação consta na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou prisões e buscas contra ex-ministros e integrantes do núcleo do mandato de Bolsonaro.

As provas colhidas pela PF apontam que Bolsonaro recebeu a cópia de uma minuta de decreto por Filipe Martins, então assessor do presidente, e Amauri Saad, advogado que teria escrito o texto.

A minuta destacava supostas interferências do Judiciário e decretava a prisão de diversas autoridades, entre eles Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de determinar novas eleições.

“Posteriormente foram realizadas alterações a pedido do então Presidente, permanecendo a determinação de prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições. Nesse sentido, era relevante para os investigados monitorarem o Ministro ALEXANDRE DE MORAES para executarem a pretendida ordem de prisão, em caso de consumação do Golpe de Estado”, apontou trecho da representação da PF citada na decisão de Moraes

Segundo a PF, Martins teria feito as alterações pedidas por Bolsonaro e retornou com o documento dias depois ao Palácio do Alvorada, em novembro de 2022, após as eleições daquele ano.

“Após a apresentação da nova minuta modificada, JAIR BOLSONARO teria concordado com os termos ajustados e convocado uma reunião com os Comandantes das Forças Militares para apresentar a minuta e pressioná-los a aderirem ao Golpe de Estado” - Trecho da representação da PF citada na decisão de Moraes.

A PF ainda descobriu que Alexandre de Moraes foi monitorado por uma equipe ligada a Jair Bolsonaro, ao compararem voos realizados pelo ministro entre 14 e 31 de dezembro de 2022 com os dados feitos pelo grupo de Bolsonaro.

"A análise dos dados confirmou que o Ministro ALEXANDRE DE MORAES foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e Abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução", afirmou a PF.

Fonte: UOL

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