Política

TENSÃO EM PAULISTANA

Homens cercam a casa e ameaçam candidato em Paulistana; cidade vive um clima de terror

O uso de armas, ameaças e desavenças constantes estão deixando a população de Paulistana com medo de sair de casa até para votar

Da redação

Domingo - 08/11/2020 às 14:27



Foto: Fotomontagem Piauí Hoje Luiz Coelho disputa eleição com Joaquim da Farmácia
Luiz Coelho disputa eleição com Joaquim da Farmácia

As eleições em Paulistanta estão deixando o município em constante tensão. A cidade está como um barril de pólvora prestes a explodir. O que deveria ser apenas uma campanha eleitoral descambou para atos antidemocrático, com intimidações, violência, agressões e ameaças.

Ninguém é preso e punido. É o cenário típico e ideal para uma tragédia anunciada, porque as autoridades policiais e do Judiciário estão deixando tudo correr como se nada de grave estivesse ocorrendo.

Na noite deste sábado (07), dezenas de homens, aliados do atual prefeito, Didiu, vários deles armados, andando em carrões, cercaram a casa do candidato da oposição, o médico Luis Coelho (MDB) e o impediram de sair de casa para visitar seus eleitores e fazer campanha.

De acordo com auxiliares da campanha de Luis Coelho, a policia foi chamada, mas nada foi feito para garantir o direito de ir e vir do candidato e de seus apoiadores. Nada foi feito para desobstruir as ruas, ocupadas por pessoas sob efeito de bebidas alcoólicas.

Essa é uma demonstração de que a eleição municipal em Paulistana pode ser decidida pelo uso da força e não pela vontade livre e soberana do povo.

Veja, a seguir, o vídeo que revela parte do clima de tensão em que vive a população de Paulistana:

Tocando terror

Essa é uma expressão usadas por bandidos para dizer que determinada comunidade está sob o comando deles. E isso virou realidade em Paulistana. É droga, arruaças e confusão pra todo lado. A população anda aterrorizada.

De acordo com informações que circulam em Paulistana, vários apoiadores do prefeito e do candidato dele, "Joaquim da Farmácia", andam mostrando armas (revólveres e pistolas) como forma de intimidar simpatizantes do candidato de oposição.

O candidato do prefeito Didiu, é um cidadão conhecido como "Joaquim da Farmácia". Ele é do PSD e tem o apoio do deputado estadual Gorgiano Neto e do pai dele, o deputado federal Júlio César Lima, ambos do PSD.

Áudio que circula em vários grupos de Whatsapp, revela que o secretário de Obras da Prefeitura de Paulistana, identificado como Moacir Alex Vilanova e Silva, anda exibindo uma pistola e fazendo intimidações e ameaças a quem ele considera eleitor do adversário.

Ouça, a seguir, o áudio de um morador reclamando da falta de segurança em Paulistana:

WhatsApp Audio 2020-11-08 at 14.32.57.ogg

"Caveirao"

As ameaças de morte e intimidações contra os opositores do prefeito de Paulistana não são "veladas". Elas são claras, diretas e reais Até um "Caveirão", carro usado pela polícia para recolher mortos em confrontos, foi criado pelos apoiadores do candidato Joaquim da Farmácia para intimidar os adversários.

O "Caveirão" criado pelos apoiadores do candidato Joaquim foi um dos carros levados frente da casa do prefeito.  O veículo seria de um homem identificado como Iltemar Ismael Costa, conhecido como "Rei dos Poços" na região.

O carro batizado de "Caveirão " seria de Iltemar Costa 

Sem lei e sem promotor

A situação em Paulistana está tão tensa que o comandante da Polícia Militar, Coronel Lindomar Castilho, promoveu, há 15 dias, a mudança no comando do Batalhão da PM do município. Saiu o major Félix e entrou o major Mário. Mas nada mudou na cidade.

Para piorar o clima de tensão e de falta e ausência de autoridades do Estado, Paulista não tem promotor de Justiça em plena campanha. O Ministério Público sumiu de lá. Toda demanda judicial que necessita do MP é encaminhada para Teresina o que dificulta sobremaneira a intervenção imediata das autoridades em caso de necessidade.

Para muitos moradores, Paulistana virou uma terra sem lei, como era no final da decada de 1980, quando a cidade fazia parte do "Polígono da Maconha", um conjunto de cidades de Pernambuco,  Piauí e Bahia que cultivavam grandes áreas de cannabis sativa e abrigavam centenas de traficantes de drogas.

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