Política

TECNOLOGIA SOCIAL

Governo Federal vai adotar o Sisteminha no combate à fome

O Sisteminha é uma tecnologia nacional de produção integrada de alimentos em quintais produtivos

Da Redação

Segunda - 08/05/2023 às 09:40



Foto: Divulgação Wellington Dias recebe Francisco Guedes em Brasília
Wellington Dias recebe Francisco Guedes em Brasília

O Governo Federal vai adotar o Sistema de Produção Integrada de Alimentos, mais conhecido como Sisteminha, para a melhoria da alimentação e renda familiar no país. O Sisteminha é uma tecnologia social desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)  e Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Na sexta-feira (5), o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), recebeu em seu gabinete em Brasília (DF) o diretor do núcleo de inovação pública do Piauí (NIPI/SEAD), Francisco Guedes, e a diretora de segurança alimentar e nutricional, Edna Guedes. Na reunião discutidos vários projetos e parcerias. 

A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, também participou da reunião e disse que já se reunião com os pesquisadores Luiz Guilherme, Luciano Cordoval e com o chefe da Embrapa Cocais. Ela afirmou que quer visitar experiências bem sucedidas no Piauí e que pretende adotar estas tecnologias sociais para todo o Brasil.

Tanque de Peixes do Sisteminha / Foto: Embrapa

O Sisteminha foi criado em 2002 pelo pesquisador Luiz Carlos Guilherme quando ele fazia doutorado em zootecnia na Universidade Federal de Uberlândia. O sistema foi  aprimorado pela Embrapa Meio-Norte na Unidade de Execução de Pesquisa no município de Parnaíba, a 348 quilômetros ao norte de Teresina. 

Hoje, a ferramenta é já adotada em 14 estados, entre eles o Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Tocantins. Além disso, o Sisteminha atravessou o Oceano Atlântico e chegou ao continente africano, onde opera em oito países como Gana, Uganda, Etiópia, Camarões, Tanzânia, Angola e Mocambique.

Entenda como funciona o Sisteminha

De acordo com a Embrapa, o sisteminha é uma forma integrada de produzir alimento para uma família de até cinco pessoas, contendo a quantidade carboidratos e proteínas animal e vegetal de acordo com as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Funciona em torno do tanque de peixes, em que a água é utilizada para irrigar a horta (além de ser fonte de carne de peixe) e os demais elementos são interligados entre si.

É estruturado de forma modular, ou seja, é possível adicionar ou retirar elementos do projeto original para se adaptar à realidade de cada família.
Aviário do Sisteminha / Foto: Embrapa 

O Sisteminha permite a produção de peixes, ovos e carne de galinhas e codornas, suínos, porquinhos da índia, grãos, legumes, frutas, hortaliças, húmus de minhoca e composto orgânico, entre outros. 

A tecnologia social é acessível e de baixo custo. A partir de R$500,00 já pode construir um sisteminha, variando de acordo com o tamanho e quais módulos pretende implantar. O custo inicial é basicamente as bombas d'água e o material para estrutura - que podem ser feitos com os recursos presentes no próprio terreno. Construções mais elaboradas e de alvenaria aumentam o custo, por isso varia de acordo com cada projeto e necessidade.

Veja o esquema abaixo: 

Imagens - Embrapa

1. A estrutura é centralizada no tanque, que deve ser próximo das hortas para facilitar a irrigação.

2. A água do tanque é utilizada para regar as plantas - no máximo 1.000 litros usados do tanque, que precisam ser repostos. Pode usar água de rio, lago ou da rua, mesmo que tenha cloro.


3. Os sedimentos do tanque, dejetos das galinhas, codornas e outros animais, assim como folhas e restos orgânicos, são colocados na compostagem por 45 dias (revirando a cada 15 dias). Depois desse período move-se para o minhocário, para virar húmus.

4. O húmus do minhocário serve para adubar as plantas, fazendo com que cresçam mais rápido e produzam mais alimento.


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