O Governo Federal vai adotar o Sistema de Produção Integrada de Alimentos, mais conhecido como Sisteminha, para a melhoria da alimentação e renda familiar no país. O Sisteminha é uma tecnologia social desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Na sexta-feira (5), o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), recebeu em seu gabinete em Brasília (DF) o diretor do núcleo de inovação pública do Piauí (NIPI/SEAD), Francisco Guedes, e a diretora de segurança alimentar e nutricional, Edna Guedes. Na reunião discutidos vários projetos e parcerias.
A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, também participou da reunião e disse que já se reunião com os pesquisadores Luiz Guilherme, Luciano Cordoval e com o chefe da Embrapa Cocais. Ela afirmou que quer visitar experiências bem sucedidas no Piauí e que pretende adotar estas tecnologias sociais para todo o Brasil.
O Sisteminha foi criado em 2002 pelo pesquisador Luiz Carlos Guilherme quando ele fazia doutorado em zootecnia na Universidade Federal de Uberlândia. O sistema foi aprimorado pela Embrapa Meio-Norte na Unidade de Execução de Pesquisa no município de Parnaíba, a 348 quilômetros ao norte de Teresina.
Hoje, a ferramenta é já adotada em 14 estados, entre eles o Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Tocantins. Além disso, o Sisteminha atravessou o Oceano Atlântico e chegou ao continente africano, onde opera em oito países como Gana, Uganda, Etiópia, Camarões, Tanzânia, Angola e Mocambique.
Entenda como funciona o Sisteminha
De acordo com a Embrapa, o sisteminha é uma forma integrada de produzir alimento para uma família de até cinco pessoas, contendo a quantidade carboidratos e proteínas animal e vegetal de acordo com as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Funciona em torno do tanque de peixes, em que a água é utilizada para irrigar a horta (além de ser fonte de carne de peixe) e os demais elementos são interligados entre si.
É estruturado de forma modular, ou seja, é possível adicionar ou retirar elementos do projeto original para se adaptar à realidade de cada família.
O Sisteminha permite a produção de peixes, ovos e carne de galinhas e codornas, suínos, porquinhos da índia, grãos, legumes, frutas, hortaliças, húmus de minhoca e composto orgânico, entre outros.
A tecnologia social é acessível e de baixo custo. A partir de R$500,00 já pode construir um sisteminha, variando de acordo com o tamanho e quais módulos pretende implantar. O custo inicial é basicamente as bombas d'água e o material para estrutura - que podem ser feitos com os recursos presentes no próprio terreno. Construções mais elaboradas e de alvenaria aumentam o custo, por isso varia de acordo com cada projeto e necessidade.
Veja o esquema abaixo:
Imagens - Embrapa
2. A água do tanque é utilizada para regar as plantas - no máximo 1.000 litros usados do tanque, que precisam ser repostos. Pode usar água de rio, lago ou da rua, mesmo que tenha cloro.
4. O húmus do minhocário serve para adubar as plantas, fazendo com que cresçam mais rápido e produzam mais alimento.