
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou publicamente a Procuradoria-Geral da República (PGR) após o pedido de condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a até 43 anos de prisão. A manifestação foi feita nesta terça-feira (15) por meio da rede social X (antigo Twitter), onde Eduardo questionou: “A quem interessa tudo isso?”, após listar os crimes pelos quais Bolsonaro é acusado.
O parecer da PGR foi assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) no fim da noite de segunda-feira (14). O documento de 517 páginas integra as alegações finais da ação penal nº 2.668, que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Além de Jair Bolsonaro, outros sete ex-integrantes do governo federal também são réus no processo, todos apontados como membros do chamado “núcleo 1” da organização.
Os crimes atribuídos a Bolsonaro no parecer da PGR incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado, grave ameaça contra o patrimônio da União e liderança de organização criminosa armada.
Licenciado nos Estados Unidos
Eduardo Bolsonaro, que está atualmente nos Estados Unidos, está licenciado do mandato na Câmara dos Deputados e convocou uma coletiva de imprensa para esta quarta-feira (16), para tratar de seu futuro político. Segundo aliados, ele pretende reforçar sua defesa ao pai e também denunciar o que classifica como “desmandos” do ministro do STF Alexandre de Moraes. Eduardo tem afirmado que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, é o único líder internacional capaz de conter as ações do Supremo brasileiro.
No último dia 9 de julho, Donald Trump declarou que aplicará uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como resposta ao que chamou de “perseguição judicial contra Bolsonaro”. A fala do republicano alimentou rumores de que o ex-presidente brasileiro poderia buscar apoio político no exterior, embora Jair Bolsonaro tenha declarado que pretende permanecer no Brasil, mesmo com a expectativa de prisão.
Entre os demais denunciados pela PGR estão Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. Todos são acusados de participar ativamente da suposta tentativa de ruptura institucional.
O parecer de Paulo Gonet será analisado pelo relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, que decidirá os próximos passos do processo.
Caso aceite o pedido, a Corte poderá marcar julgamento para os acusados ainda neste semestre.
Fonte: CNN