Política

IMPEDIMENTO

'É inaceitável', diz ministro da Saúde ao desistir de viagem aos EUA para Assembleia Geral

Alexandre Padilha classificou as regras impostas pelo governo americano como "inaceitáveis" e "uma afronta",

Redação

Sexta - 19/09/2025 às 18:03



Foto: Paulo Carneiro/ Estadão Ministro da Saúde, Alexandre Padilha durante lançamento do Agora Tem Especialista
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha durante lançamento do Agora Tem Especialista

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou sua viagem aos Estados Unidos, onde participaria da Assembleia Geral da ONU e de uma série de reuniões. A decisão foi tomada após o governo americano impor restrições de circulação, que ele classificou como "inaceitáveis" e "uma afronta ao ministro da Saúde do Brasil".

Em entrevista, Padilha afirmou que, apesar de ter recebido o visto, as regras inviabilizariam sua agenda. "Inaceitável, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades das quais nós somos convidados", declarou.

O que as restrições impedem

O principal ponto de conflito, segundo o ministro, é a proibição de se deslocar de Nova York para Washington. Isso o impediria de participar de uma reunião crucial da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), onde ele planejava anunciar um reforço financeiro do Brasil para um fundo estratégico de compra de vacinas e medicamentos.

Além disso, as restrições inviabilizariam outras participações importantes, como em reuniões dos Brics, G20 e Mercosul, que muitas vezes ocorrem fora do perímetro da ONU. Ele também seria impedido de fazer visitas a hospitais e de se reunir com indústrias americanas interessadas em investir no Brasil.

Críticas aos EUA e a resposta do Brasil

Padilha informou que enviou uma "nota dura" à OPAS, na qual critica a postura do governo americano. No texto, ele afirma que o espírito de cooperação dos EUA "não sucumbirá à sombra de obscurantismo e de negacionismo que paira sobre o país atualmente".

O ministro também declarou que a "atitude absurda" dos EUA não irá intimidar o Brasil. Como resposta, o país vai focar em atrair mais investimentos para a produção nacional de vacinas e tecnologia. "Nossa ação internacional vai continuar. Eles até podem impedir a presença do ministro, mas a ideia da defesa da ciência, da defesa da vacina [...] esse presidente dos Estados Unidos não vai conseguir impedir", concluiu.

Fonte: Blog da Andrea Sadi

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