Política

Dilma sai pela porta da frente, ovacionada por militantes e em luta po

Brasília ? A presidenta Dilma Rousseff tinha dito que não sairia do Palácio do Planalto como fez Fe

Quinta - 12/05/2016 às 18:05



Foto: Divulgação Presidenta, em tom sereno, agradeceu apoios, afirmou que luta pela democracia é longa e pediu aos manifestantes que continuem com a mobilização.
Presidenta, em tom sereno, agradeceu apoios, afirmou que luta pela democracia é longa e pediu aos manifestantes que continuem com a mobilização.
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff tinha dito que não sairia do Palácio do Planalto como fez Fernando Collor, em 1992, pelos fundos, cercado por um pequeno séquito de assessores, como se estivesse fugindo – até porque sua situação é bem diferente da de Collor. Na manhã desta quinta-feira (12), Dilma cumpriu o prometido e foi até além do que o esperado. Encontrou um salão repleto de ministros e parlamentares que a esperavam com aplausos e apoios, deixou o Planalto pela porta da frente e foi ovacionada, por cerca de 4 mil militantes, durante 20 minutos.

Deixou claro que este apoio lhe dá forças para “lutar até o fim”, numa forma de enfatizar que o processo de impeachment ainda não terminou. Foi acompanhada de perto por mais de 500 pessoas entre ministros, integrantes do segundo e terceiro escalões do governo, parlamentares e assessores mais próximos (incluindo os mais humildes), um estado de ânimo bem mais tranquilo que o observado durante o pronunciamento que ela fez no dia seguinte à votação do impeachment pela Câmara dos Deputados.

Na fala de hoje a presidenta só demonstrou maior emoção quando se dirigiu ao público, do lado de fora do Palácio do Planalto. Durante o discurso que fez, inicialmente, no salão oeste do Palácio, foi notada a presença da ex-ministra de política para Mulheres, Eleonora Menicucci, com quem dividiu cela no período da ditadura e de quem recebe grande sustentação emocional e afetiva.

Já do lado de fora do Palácio, outro apoio recebido foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que mesmo demonstrando ar de abatimento, não saiu de perto da sua antecessora. Rui Falcão, presidente do PT, também estava presente.

“Fui eleita presidente por 54 milhões de cidadãos e cidadãs e é nesta condição, que me dirijo a vocês. Está em jogo não o meu mandato, mas o respeito às urnas, à Constituição, às conquistas sociais, ao pré-sal, ao futuro do Brasil. Está em jogo a oportunidade e a esperança que sempre perseguimos para buscar sempre mais pelo país ao longo deste governo”, acentuou a presidenta.

Sem data para terminar
Dilma ainda chamou a atenção das mobilizações populares, para que os movimentos sociais e as entidades da sociedade civil organizada se mantenham unidos pela democracia. “Esta é uma hora trágica para nosso país, mas vamos vencer”, destacou.

“Este é um dia muito triste para a democracia. Está saindo do governo a legalidade e entrando a mentira e a hipocrisia”, resumiu, em poucas palavras, o ministro-chefe do gabinete de Dilma, Jaques Wagner.

“É a resiliência dela que nos dá forças para continuar com a luta. Vamos para as ruas e se enganam os que pensam que este golpe vai imperar. O governo Temer não nos representa”, afirmou Valéria Barbosa, da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Distrito Federal. Os militantes, em sua maior parte vestidos de vermelho, levaram uma imensa bandeira do Brasil que após o ato, puseram em frente à Praça dos Três Poderes.

De lá, após ser aplaudida, ouvir gritos de “Guerreira do país”, “Fora Temer”, “Eles não passarão”, "Fora golpistas" e demais palavras de ordem, Dilma Rousseff saiu em direção ao Palácio da Alvorada, onde continuará residindo até o desfecho do atual processo de impeachment no Senado.

Da saída, vários ministros seguiram a presidenta afastada para acompanhá-la ao Palácio da Alvorada. E deram a entender que hoje, mesmo, dão início ao que chamam de “resistência”, no local reservado para um gabinete informal durante o período em que durar a tramitação do processo de impeachment: a residência oficial da Presidência da República.

Fonte: Hylda Cavalcanti

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