Política

CASSAÇÃO

Deputados veem cassação de Camila Zambelli como certa

Bolsonarista foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF e teve extradição solicitada pelo Brasil

Da Redação com informações do Brasil 247

Segunda - 23/06/2025 às 09:02



Foto: Agência Brasil Carla Zambelli fugiu para Itália para evitar prisão no Brasil
Carla Zambelli fugiu para Itália para evitar prisão no Brasil

A cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é tratada como inevitável nos bastidores da Câmara dos Deputados. Condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e atualmente foragida na Itália, a parlamentar já foi notificada oficialmente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o processo de perda de mandato. A avaliação entre integrantes da cúpula do Congresso é de que, mesmo com eventuais recursos, o afastamento prolongado e as faltas acumuladas conduzirão ao fim de seu mandato ainda nas próximas semanas.

O presidente da CCJ, deputado Paulo Azi (União Brasil-BA), confirmou na sexta-feira (20) que Zambelli foi notificada e acusou o recebimento. “Ela tem cinco sessões para apresentar a defesa. O prazo é até a primeira semana de julho”, afirmou Azi. Apesar da condenação imposta pelo STF, a Câmara precisa seguir os trâmites regimentais, garantindo o direito à ampla defesa antes de uma possível cassação.

Conforme apurado, cresce o consenso dentro do Congresso de que não há mais espaço político para qualquer tentativa de articulação em favor da deputada. “Ela acabará perdendo o mandato de uma forma ou de outra”, declarou, em condição de anonimato, um parlamentar ouvido pelo Metrópoles.

Condenação e fuga

A sentença contra Carla Zambelli foi proferida em 15 de maio pela Primeira Turma do STF. Por unanimidade, os ministros a condenaram a 10 anos de prisão em regime fechado e determinaram a perda do mandato por envolvimento na invasão do sistema interno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Logo após a decisão, a deputada alegou problemas de saúde para não cumprir a pena em regime fechado. “Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, declarou em entrevista coletiva.

A defesa de Zambelli apresentou embargos de declaração em 23 de maio, mas o recurso foi rejeitado pela Primeira Turma em 6 de junho. Com isso, a condenação foi consolidada e restaram esgotadas as possibilidades de apelação no âmbito do STF.

Desde a condenação, a parlamentar deixou o país por via terrestre, atravessando a fronteira com a Argentina, e atualmente afirma estar em Roma, na Itália. Em 7 de junho, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição ao governo italiano, medida que já foi efetivada. Seu nome também foi incluído na lista de procurados da Interpol.

Zambelli, uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso, colecionou embates com o Supremo e protagonizou diversas polêmicas durante o mandato. A condenação por envolvimento em invasão de sistemas públicos e a posterior fuga do país selam um desfecho que, na visão de parlamentares da base governista e da oposição, já está dado.

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Fonte: Brasil 247

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