
A deputada federal Erika Kokay, do PT de Brasília, denunciou em suas redes sociais mais um ato de intolerância, intimidação e violência policial na capital federal, considerada como maior reduto do bolsonarismo no Centro Oeste do País. O policial federal Fredson Teles Moreira, 50 anos, sacou uma arma para acabar com um evento que ocorria no Sudoeste, na noite desse sábado (14/12).
A deputada lançou uma nota de solidariedade ao "Batalha na Escada", um projeto de Extensão da Universidade de Brasília - UNB, voltado à arte e cultura de estudantes e professores daquela universidade.
De acordo com Erika Kokay, no sábado passado (14/12), artistas, produção e público da Batalha da Escada, projeto de extensão da UNB, foram vítimas de um ato de violência absurda. "Um indivíduo armado, que se identificou como policial, invadiu o evento, agrediu um artista, intimidou os presentes e danificou os equipamentos do projeto", disse a deputada no seu Instagram.
A parlamentar petista disse ainda que essa "postura abusiva é um ataque direto à liberdade cultural e à expressão artística, pilares fundamentais de uma sociedade democrática. Exigimos investigação imediata, punição exemplar ao agressor e o ressarcimento dos danos materiais causados", afirmou Erika.
Erika Kokay não disse o que motivou a fúria do homem que disse ser policial e saiu de arma em punho para intimidar os estudantes e artistas do projeto. Para a deputada, a cultura resiste e a "Batalha da Escada" seguirá sendo voz e espaço de transformação.
O policial Fredson Teles Moreira foi detido por uma guarnição da Polícia Militar do DF e levado para a Delegacia do 5⁰ Distrito Policial de Brasília. Ele entregou a arma e tentou explicar a ação dele.
Quem é Erika Kokay
Natural de Fortaleza (CE), Erika Kokay reside em Brasília desde 1975. É uma militante dos movimentos sociais e da esquerda. Bancária, deu os primeiros passos na política em 1976, ao ingressar na Universidade de Brasília (UnB) e participar do movimento estudantil. Em 1977 ajudou a organizar uma greve histórica, reprimida pela polícia que invadiu a UnB, resultando na sua expulsão e na das lideranças do movimento, sem direito de defesa.
Mudou-se em 1978 para São Paulo, onde ingressou no curso de História da USP, não chegando a concluí-lo. Na USP, organizou e liderou uma passeata com mais de 20 mil estudantes contra a ditadura militar, marco histórico da luta pelo retorno à democracia.
Depois da Anistia, ganhou o direito de retornar à UnB e concluiu o curso de Psicologia em 1988. No movimento sindical, organizou em 1985 a primeira greve dos funcionários da Caixa em 124 anos de existência da empresa. Foi presidenta do Sindicato dos Bancários de Brasília por dois mandatos, secretária-geral da Confederação Nacional dos Bancários e presidenta da CUT-DF.
Eleita deputada distrital em 2002 e 2006, seus dois mandatos na Câmara Legislativa do DF foram marcados pelo forte apoio às demandas dos movimentos populares. Presidiu as comissões de Direitos Humanos e de Defesa do Consumidor na CLDF e teve atuação decisiva na apuração das denúncias de corrupção relacionadas ao escândalo da Caixa de Pandora, envolvendo políticos do Distrito Federal.
Em 2011 inicia sua trajetória na Câmara dos Deputados, mantendo como uma de suas principais áreas de atuação a defesa dos direitos humanos, em todas as suas dimensões e agora em âmbito nacional, mas sem jamais esquecer as questões afetas ao Distrito Federal. Desde o início, integrou as comissões de Direitos Humanos e Minorias e de Seguridade Social e Família.
Confira o vídeo da intolerância do policial na UNB :