Política

LAUDO MÉDICO FALSO

Defesa de Pablo Marçal justifica divulgação de laudo falso contra Guilherme Boulos

Empresário nega manipulação de informações contra Boulos

Da Redação

Terça - 08/10/2024 às 09:48



Foto: Reprodução/CNN Pablo Marçal (PTRB) fala com imprensa após fechamento das urnas
Pablo Marçal (PTRB) fala com imprensa após fechamento das urnas

A defesa do empresário e influenciador de extrema direita Pablo Marçal (PRTB), que foi derrotado na corrida pela prefeitura de São Paulo, apresentou explicações à Justiça Eleitoral sobre a veiculação de um laudo médico falsificado que insinuava o uso de cocaína por Guilherme Boulos (Psol), outro candidato à prefeitura. Segundo informações do jornal O Globo, os advogados de Marçal afirmaram que ele "não fabricou nem manipulou o conteúdo", limitando-se a compartilhá-lo conforme foi recebido, e argumentaram que isso se enquadra no “direito à livre manifestação do pensamento”.

O documento, protocolado nesta segunda-feira (7) no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, ressaltou que a divulgação do laudo, feita dois dias antes das eleições, não prejudicou a lisura do pleito. "Se a propaganda tivesse impactado o equilíbrio das eleições, certamente Boulos não teria avançado para o segundo turno", sustentou a defesa de Marçal, conforme a reportagem.

Contudo, essa argumentação contrasta com a posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmam que liberdade de expressão não deve ser confundida com impunidade para ofensas. As cortes enfatizam a importância de que as convicções dos eleitores sejam formadas sem influências enganosas e que a manipulação de informações durante o processo eleitoral é inaceitável.

Diante dos acontecimentos, a defesa de Marçal solicitou a suspensão de uma das ações em andamento no TRE-SP até que a investigação criminal conduzida pela Polícia Federal seja concluída. O ex-coach é alvo de investigações por supostas práticas de calúnia, difamação e injúria contra Boulos, mas nega as acusações.

O caso ganhou destaque após Marçal publicar, em seu Instagram, um laudo médico falso que atribuía a Boulos um "quadro de surto psicótico grave", associando-o ao uso de cocaína. O candidato do PSOL prontamente rechaçou as alegações.

A Justiça Eleitoral agiu rapidamente. Na manhã de sábado (5), o TRE-SP ordenou a remoção imediata de vídeos e postagens nas redes sociais que continham referências ao laudo falso. Essa decisão foi motivada por uma contestação da campanha de Boulos, que também pediu a prisão de Marçal e medidas como apreensão de materiais e quebra de sigilo telefônico.

Durante uma transmissão ao vivo, Boulos refutou as acusações, desmentindo o conteúdo do documento e enfatizando a falsidade das informações. “O dono da clínica que produziu o documento é apoiador de Pablo Marçal. Ele falsificou um documento com o CRM de um médico falecido há dois anos para evitar responsabilidades”, destacou o psolista.

A análise do magistrado do TRE de São Paulo reforçou as alegações da defesa de Boulos. O juiz considerou "plausíveis" as provas que demonstravam a falsidade do documento, a conexão entre o proprietário da clínica e Marçal, e o fato de que o médico mencionado no laudo já havia falecido. Com isso, determinou a remoção imediata do post e o bloqueio das contas de Marçal nas redes sociais.

A disputa pela prefeitura de São Paulo foi uma das mais acirradas desde a redemocratização, com Boulos e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), avançando para o segundo turno com uma diferença mínima de 0,41 ponto percentual, correspondente a 25.012 votos. A diferença entre Boulos e Marçal foi de 0,93 ponto percentual, ou 56.853 votos.

Fonte: Brasil 247

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: