Política

PROJETO DE LEI

Câmara analisa proposta que define direitos do paciente de doença terminal

De autoria do deputado federal Flávio Nogueira (PT-PI), projeto quer assegurar que a pessoa não sofra de maneira desproporcional durante o tratamento

Da Redação

Terça - 25/02/2025 às 09:13



Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados O deputado federal Flávio Nogueira (PT-PI)
O deputado federal Flávio Nogueira (PT-PI)

A Câmara dos Deputados está analisando um projeto que define os direitos do paciente ao longo do tratamento de doença em estágio avançado, para assegurar que a pessoa não sofra de maneira desproporcional. O projeto foi apresentado em outubro do ano passado, de autoria do deputado federal Flávio Nogueira (PT-PI).

"A sociedade não pode ficar indiferente às pessoas que sofrem de doenças graves e irreversíveis", afirma o deputado. "Portanto, é necessário prevenir, reduzir e tratar o sofrimento das pessoas, impedindo que essa situação fique insuportável", acrescentou.

O texto define doença avançada como aquela que é incurável, irreversível, com prognóstico de semanas ou dias. Nesses casos, são direitos dos pacientes, entre outros:

  • receber informação detalhada sobre a doença, o prognóstico e os tratamentos;
  • participar ativamente do plano terapêutico, com direito a recusar tratamento;
  • não ser alvo de tratamentos que prolonguem ou agravem de modo desproporcional o sofrimento;
  • recusar o suporte artificial das funções vitais que não visem a diminuição do sofrimento;
  • receber cuidados paliativos em diversos ambientes, incluindo apoio espiritual e à família;
  • nomear um procurador de cuidados de saúde;
  • confidencialidade sobre a situação de doença, podendo decidir com quem
  • partilhar essa informação; e
  • decidir sobre o próprio corpo após a morte.

O paciente tem ainda o direito de aceitar ou recusar qualquer tratamento médico, desde que seja previamente informado sobre ele de maneira clara.

Em alguns casos, o consentimento deve ser dado por escrito, sendo obrigatório em situações que envolvam risco de vida, quando é exigida ainda a presença de duas testemunhas.

Por fim, a proposta deixa claro que pessoas com semanas ou dias de vida e que apresentem sofrimento incontrolável têm direito a receber sedação paliativa com fármacos ajustados exclusivamente para esse propósito.

A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, o projeto precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Confira o texto inicial:

PL-4175-2024.pdf

Fonte: Agência Câmara

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia:

<