
A Câmara dos Deputados está analisando um projeto que define os direitos do paciente ao longo do tratamento de doença em estágio avançado, para assegurar que a pessoa não sofra de maneira desproporcional. O projeto foi apresentado em outubro do ano passado, de autoria do deputado federal Flávio Nogueira (PT-PI).
"A sociedade não pode ficar indiferente às pessoas que sofrem de doenças graves e irreversíveis", afirma o deputado. "Portanto, é necessário prevenir, reduzir e tratar o sofrimento das pessoas, impedindo que essa situação fique insuportável", acrescentou.
O texto define doença avançada como aquela que é incurável, irreversível, com prognóstico de semanas ou dias. Nesses casos, são direitos dos pacientes, entre outros:
- receber informação detalhada sobre a doença, o prognóstico e os tratamentos;
- participar ativamente do plano terapêutico, com direito a recusar tratamento;
- não ser alvo de tratamentos que prolonguem ou agravem de modo desproporcional o sofrimento;
- recusar o suporte artificial das funções vitais que não visem a diminuição do sofrimento;
- receber cuidados paliativos em diversos ambientes, incluindo apoio espiritual e à família;
- nomear um procurador de cuidados de saúde;
- confidencialidade sobre a situação de doença, podendo decidir com quem
- partilhar essa informação; e
- decidir sobre o próprio corpo após a morte.
O paciente tem ainda o direito de aceitar ou recusar qualquer tratamento médico, desde que seja previamente informado sobre ele de maneira clara.
Em alguns casos, o consentimento deve ser dado por escrito, sendo obrigatório em situações que envolvam risco de vida, quando é exigida ainda a presença de duas testemunhas.
Por fim, a proposta deixa claro que pessoas com semanas ou dias de vida e que apresentem sofrimento incontrolável têm direito a receber sedação paliativa com fármacos ajustados exclusivamente para esse propósito.
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, o projeto precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
Confira o texto inicial:
Fonte: Agência Câmara