Política

INVESTIGAÇÃO

Bolsonaro confessou extorsão ao vincular fim de tarifa nos EUA à anistia, diz Moraes

A declaração está na decisão que impôs uma série de medidas cautelares a Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica

Da Redação

Sexta - 18/07/2025 às 12:17



Foto: Leandro Ladeira Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confessou uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira ao associar a retirada de tarifas impostas pelos Estados Unidos à concessão de anistia no Brasil.

A declaração está na decisão que impôs uma série de medidas cautelares a Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de comunicação com autoridades estrangeiras. Moraes também autorizou buscas na residência do ex-presidente.

Segundo o ministro, Bolsonaro passou a condicionar publicamente o fim do chamado “tarifaço”, imposto pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, a uma possível anistia no Brasil. “Expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira”, escreveu Moraes.

O ministro classificou a conduta como “grave e despudorada”, apontando que Bolsonaro estaria pressionando instituições nacionais por meio de articulações internacionais, inclusive com apoio do filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos. Para Moraes, ambos atentam contra a soberania nacional, tentando interferir em processos judiciais e desestabilizar a economia.

A decisão cita ainda uma transferência de R$ 2 milhões feita por Bolsonaro ao filho, usada como indício de alinhamento na suposta estratégia para influenciar decisões do STF.

Durante as buscas autorizadas, a Polícia Federal encontrou na casa do ex-presidente uma cópia da petição inicial de um processo movido pela plataforma Rumble contra Moraes na Justiça norte-americana, em parceria com a empresa Trump Media & Technology Group. O caso questiona decisões do ministro sobre remoção de perfis da plataforma no Brasil.

Ao comentar as medidas, Bolsonaro classificou a investigação como “política” e disse que o uso de tornozeleira representa uma “suprema humilhação”. Ele negou qualquer intenção de sair do país ou buscar abrigo em embaixadas.

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Fonte: G1

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