A visita do ex-juiz Sérgio Moro ao Piauí na manhã desta quinta-feira (10) não foi como ele e seus apoiadores esperavam. Não foi aplaudido como na época da operação Lava Jato. Pelo contrário. Ele chegou e saiu praticamente despercebido e ainda foi chamado de traidor no evento para o qual foi convidado.
Moro estava em Teresina para uma palestra a apoiadores, a maioria ex-bolsonaristas. O pré-candidato do Podemos à Presidência da República falava quando foi interrompido por um espectador que iria fazer uma pergunta, mas ele aproveitou o momento para chamar Moro de traidor.
De acordo com testemunhas, o homem, identificado como Almir Martins, de 44 anos, pediu para fazer uma pergunta e ler um cordel para o pré-candidato. No início ele fez elogios, dando a entender que era um admirador de Moro. "Nem parece que o senhor é real”, disse o homem.
Mas logo depois o manifestante mudou o tom do discurso, chamando Moro de “traidor”, e se disse decepcionado com o ex-juiz. Almir foi convidado a se retirar do local e saiu gritando: “Sai do meio, Moro” e exaltando a figura de Jair Bolsonaro.
Fora os organizadores do evento, na hora do protesto contra Moro, segundo um advogado presente, havia exatas 39 pessoas presentes na plateia.
Minimizando o mal estar
O organizador do evento, o empresário Fábio Sérvio tentou minimizar o episódio. Segundo ele, Almir Martins foi pago por adversários para provocar a situação.
“Faz parte, sabemos que foi colocado por alguém, sabemos que ele recebeu o dinheiro dele e pronto”, disse Fábio Sérvio
Mas não é bem assim. Em versões nas redes sociais, Martins e amigos afirmam que ele é profundo admirador de Bolsonaro; diz que o ex-juiz Sérgio Moro traiu o presidente e que fez o protesto por iniciativa própria.
Martins disse que conhece bem Sérvio porque foi eleitor dele em 2018, quando o agora pré-candidato a governador do Piauí pelo Podemos foi candidato do PSL ao mesmo cargo.
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