
O deputado Marcelo Crivella (Republicanos), autor do projeto de lei sobre anistia que avançou na Câmara dos Deputados, defendeu nessa quinta-feira (18) que o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpra dois anos em prisão domiciliar, como forma de reduzir a pena imposta pelo STF, que soma 27 anos.
Em entrevista ao site Metrópoles, Crivella questionou a severidade da sentença. “Condenar um homem de 70 anos a 27 de prisão não é uma pena de morte?”.
O parlamentar defendeu ainda uma anistia “ampla, geral e irrestrita” que pudesse inocentar Bolsonaro e outros condenados, embora tenha reconhecido que essa possibilidade é impraticável, já que não conta com apoio das lideranças do Centrão.
Segundo Crivella, a alternativa mais adequada seria a redução da pena para dois anos, sob regime domiciliar, preservando a patente de Bolsonaro e de outros militares condenados por envolvimento em atos ligados ao golpe de Estado. “Defendo a redução de pena de Bolsonaro e outros militares para dois anos, porque não perde a patente. Quem sabe a gente consegue dois anos com prisão domiciliar. E rapidamente passando para regime de semiaberto, trabalhando e dormindo em casa. Acho que isso seria o ideal.”
O deputado ainda explicou que a medida teria caráter educativo e serviria como exemplo, sem gerar sofrimento prolongado. “É [uma sentença] educativa, as pessoas nunca esqueceriam essa experiência terrível. Serve de exemplo para todos políticos e a coletividade. Mas fica nisso. Não é algo que traria angústia e aflição. Aliás, eu nunca imaginei que a gente pudesse botar em risco as relações diplomáticas com os Estados Unidos.”
O PL de Crivella, protocolado em 2023, inicialmente ficou conhecido como “anistia light”, pois abrangia apenas manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro que não depredaram patrimônio público nem agrediram policiais. Com a condenação de Bolsonaro e de aliados, o texto voltou a ser discutido na Câmara.
Na quarta-feira (17), a urgência para votação do projeto foi aprovada com 311 votos, acelerando a tramitação. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade) será o relator e se reunirá com Crivella para definir detalhes do texto. “Paulinho foi escolhido de maneira certa. Espero que na semana que vem a gente tenha isso feito”, concluiu Crivella.
Fonte: Metrópoles