Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já definiram um cronograma para os próximos passos no processo que investiga a tentativa de golpe que envolveu membros de seu governo, com a expectativa de que o Supremo Tribunal Federal (STF) agilize o julgamento e o condene até o fim deste ano. O planejamento é uma resposta à proximidade das eleições de 2026, e a preocupação é que o caso se arraste durante o processo eleitoral.
Em uma estratégia silenciosa, membros do PL acreditam que o STF, com o objetivo de evitar influências políticas, acelerará o caso, que segue em apuração pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Espera-se que a denúncia seja formalizada ainda neste mês e que o processo tenha andamento rápido. Segundo aliados, o STF não desejaria deixar o julgamento para 2025, com a possível contaminação da campanha política das eleições que se aproximam. “O STF vai querer resolver a prisão antes da virada do ano”, afirmou um interlocutor de Bolsonaro, sem se identificar.
O ex-presidente já foi indiciado pela Polícia Federal por crimes como golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que, se confirmados, podem resultar em até 28 anos de prisão. A PGR está detalhando a acusação, com base no relatório de 884 páginas da investigação, e a expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes leve o caso à Primeira Turma do STF até março de 2025, o que poderá dar início ao julgamento.
No cenário mais provável, a denúncia será aceita por unanimidade pelos ministros do STF, dada a postura geralmente favorável da Corte à PGR em processos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro. O julgamento de Bolsonaro, conforme as projeções, deverá ocorrer até outubro de 2025, com uma possível condenação.
Se o STF confirmar a condenação, a defesa do ex-presidente terá até dezembro de 2025 para recorrer, o que poderá levar à prisão de Bolsonaro após o esgotamento dos recursos. Contudo, seus aliados ainda tentam viabilizar um projeto de lei que conceda anistia aos envolvidos, embora vejam pouca chance de sucesso. “A anistia não sobrevive 15 dias no Supremo”, disseram, apontando que qualquer tentativa de livrar os golpistas da punição será rapidamente derrubada pela Corte.
Esses próximos meses serão cruciais para o andamento do processo e para os desdobramentos políticos, com o STF aguardado para tomar decisões que poderão alterar o rumo da política nacional.
Fonte: Brasil 247
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