O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu liberar um vídeo e dois textos jornalísticos que contêm denúncias de Jullyene Lins, ex-mulher do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), contra o parlamentar. Na terça-feira (18), Moraes havia determinado a remoção dos links a pedido de Lira, mas voltou atrás após reavaliar a situação.
Na nova decisão, Moraes justificou que, após o bloqueio, as informações coletadas demonstraram que algumas das URLs não faziam parte de um "novo movimento coordenado e orgânico" para disseminar o conteúdo ofensivo e inverídico, como alegado pela defesa de Lira.
O vídeo liberado foi veiculado pelo jornal Folha de S.Paulo, apresentando uma entrevista concedida por Jullyene em janeiro de 2021, onde ela relata ter sido vítima de violência psicológica e física. Os textos são dos portais Terra e Brasil de Fato. No entanto, a decisão não menciona o vídeo excluído do canal Mídia Ninja, publicado em junho de 2023, que também abordava o mesmo tema.
O caso ganhou destaque em meio à repercussão do Projeto de Lei do Aborto, que recebeu regime de urgência aprovado por Lira na semana passada. Se aprovado, o texto pode representar um grave retrocesso nos direitos ao aborto legal para mulheres e meninas vítimas de estupro, além de igualar a pena ao homicídio para aquelas que tentarem métodos ilegais.
A defesa de Lira sustenta a existência de um "movimento orgânico e encadeado" para divulgar notícias falsas, visando desestabilizar a figura política do presidente da Câmara e constranger seu exercício na função.
Fonte: CartaCapital
Siga nas redes sociais
