O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) deverá indicar um nome técnico para o Ministério das Comunicações, após a recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) ao convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a pasta. A decisão de Pedro Lucas foi comunicada oficialmente nesta terça-feira (22), após reunião com a bancada do partido na Câmara dos Deputados.
Pedro Lucas, líder do União Brasil na Câmara, afirmou que pode contribuir mais com o país permanecendo na liderança da bancada, posição estratégica diante da complexidade da agenda legislativa. A recusa ocorre duas semanas após a saída de Juscelino Filho (União Brasil-MA) do ministério, após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares.
Com a desistência de Pedro Lucas, a responsabilidade de indicar um novo nome para o Ministério das Comunicações recai sobre Davi Alcolumbre, um dos principais articuladores políticos do União Brasil. A expectativa é que o senador apresente um nome técnico, possivelmente alguém de sua confiança, mesmo que não seja filiado ao partido, a exemplo do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), considerado da "cota" de Alcolumbre.
A recusa de Pedro Lucas expõe divergências internas no União Brasil sobre o grau de alinhamento com o governo Lula. Enquanto Alcolumbre defende uma maior proximidade com o Executivo, o presidente nacional do partido, Antonio Rueda, e o vice-presidente, ACM Neto, preferem uma postura mais independente, visando preservar o capital político da legenda para as eleições de 2026.
A decisão de Pedro Lucas também gerou constrangimento no governo, que já havia anunciado publicamente sua indicação. Auxiliares do presidente Lula consideraram o episódio uma exposição desnecessária da articulação política do Planalto, obrigando uma reconsideração sobre a manutenção do espaço do União Brasil na Esplanada dos Ministérios.
Enquanto o novo titular não é definido, o Ministério das Comunicações segue sob comando interino da secretária-executiva Sônia Faustino Mendes. O governo Lula espera que a nova indicação contribua para estabilizar a relação com o União Brasil e fortalecer sua base de apoio no Congresso Nacional.
Siga nas redes sociais
