
O prefeito e ex-prefeito de Baixa Grande do Ribeiro, no Sul do Piauí, identificados respectivamente como José Luís Sousa, mais conhecido como Dr. Zé Luís (PSB), 66 anos, e Ozires Castro Silva (PSB), 63 anos, foram presos durante a Operação Primus, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Piauí.
A operação foi deflagrada na segunda-feira (11) e os mandados judiciais foram cumpridos na quarta-feira (13). Além do prefeito e ex-prefeito, também foi preso o empresário André Ake Boson Castro. Os três eram considerados foragidos e estão sendo acusados de desvio de recursos públicos no município.
Segundo a Polícia Civil, os três foram encaminhados a Teresina, onde estão presos preventivamente no 12º distrito policial, na zona Leste. A informação sobre a prisão dos investigados só foi divulgada na tarde de ontem (15), mas a polícia não informou como e onde os três foram presos.
A operação
A operação Primus cumpriu 41 mandados de busca e apreensão e identificou dois alvos da aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, conforme Decisão do Desembargador Relator Sebastião Ribeiro Martins, da 1ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí.
A investigação apura a prática dos crimes de desvios de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, cometidos através de contratos firmados entre empresas de fachada e o Município de Baixa Grande do Ribeiro.
Entre os alvos estão políticos e seus familiares, servidores públicos, empresas com atuação no Município e seus sócios-proprietários. A investigação aponta a existência de um conluio entre políticos, empresários e servidores públicos visando o desvio de recursos públicos do Município de Baixa Grande do Ribeiro.
O esquema era executado da seguinte forma:
- direcionamento de licitações às empresas de fachada utilizadas pela organização criminosa, seguido de suas contratações com sobrepreço pelo gestor municipal;
- a inexecução e/ou sobreposição de obras;
- repasse do recurso público das contas bancárias das empresas de fachada diretamente para as contas bancárias dos empresários, políticos e seus familiares, bem como de empresas ligadas a eles.