Um laudo confirmou que a família que passou mal em Parnaíba, no litoral do Piauí, no dia 1º de janeiro deste ano, realmente foi envenenada. Um jovem de 18 anos e um bebê de 1 ano e 8 meses morreram. No total, nove pessoas da mesma família passaram mal após o almoço e foram levadas ao Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda). Agora, a Polícia Civil quer saber quem colocou o veneno no arroz.
Das nove pessoas levadas a hospitais em Parnaíba, duas morreram e três permanecem internadas. As vítimas que não resistiram são Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, e o bebê Igno Davi Silva. Duas crianças de três e quatro anos foram transferidas no Samu Aéreo para a Teresina. Elas são irmãs do bebê que morreu.
O laudo foi divulgado pelo Fantástico, da TV Globo, e revelou a presença de uma substância altamente tóxica, conhecida popularmente como chumbinho, estava presente na comida consumida pela família. Normalmente, essa substância é usada para matar ratos.
“Qualquer quantidade já faz mal, qualquer uma. Ela afeta a transmissão dos estímulos nervosos em todo o corpo. Dando crise convulsiva, falta de ar, dores cólicas abdominais, inclusive afeta o coração também”, disse o perito-geral do Departamento de Polícia Científica do Piauí, Antônio Nunes Pereira, em entrevista ao Fantástico.
Até o momento a polícia não identificou quem colocou o veneno na comida e não descarta o envolvimento de um integrante da família.
“Alguém colocou a substância no arroz no dia 1º. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles e a gente vai partir para uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental”, afirmou o delegado Abimael Silva.
Casal que doou alimentos deixa de ser suspeito
A família recebeu doação de cesta básica durante uma ação voluntária de um casal no bairro Dom Rufino, em Parnaíba. Na cesta continha peixes conhecidos como manjuba, que foram fornecidos pela Associação de Pescadores do município. Inicialmente, a suspeita era que os peixes estivessem envenenados.
O casal quem fez a doação prestou depoimento à polícia e afirmou que tem o hábito de doar alimentos para famílias carentes na região todos os anos. Outras famílias também receberam os alimentos e nenhuma outra passou mal.
O casal foi liberado após o depoimento e agora deixam de ser investigados, pois a polícia constatou que a substância tóxica foi colocada na comida que sobrou da ceia do dia 31 de dezembro. A sobra da comida foi consumida pela família no dia 1º, sendo que no dia anterior ninguém passou mal.