
Um grupo de empresários donos de fintechs e construtoras, que vivem em um padrão de luxo na região de Alphaville (Barueri, Grande São Paulo), está sob investigação por controlar associações de aposentados envolvidas na "farra dos descontos indevidos do INSS". Quatro empresários, Igor Dias Delecrode, Felipe Macedo Gomes, Anderson Cordeiro e Américo Monte, comandam quatro entidades que, juntas, faturaram R$ 700 milhões com mensalidades descontadas indevidamente de aposentados.
Segundo publicação no site Metrópoles, documentos internos e relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostram como o dinheiro das associações era desviado para as empresas do grupo, além da criação de um sistema próprio de biometria para fraudar a assinatura dos idosos filiados.
Os mesmos documentos revelam uma vida de altíssimo padrão financiada com o dinheiro drenado das entidades, que totalizou, até agora, R$ 75 milhões identificados.
Felipe Macedo Gomes, por exemplo, tem gastos que superam R$ 100 mil por mês em grifes de luxo como Louis Vuitton, Chanel e Dior. Ele também possui carros de luxo, incluindo Mercedes e Lamborghini. Já é Américo Monte realizou transferências de R$ 500 mil para revendedoras de veículos, pagou R$ 218 mil a joalherias e transferiu R$ 200 mil a um pastor de igreja em Alphaville.
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Gomes, que é amigo do pastor André Valadão, chegou a patrocinar o evento de Réveillon da Igreja Lagoinha no estádio Allianz Parque em 2024. Em um vídeo, ele se gabou: “O menor negócio na minha vida hoje é 40 vezes maior do que meu primeiro dízimo nesse altar”.
Pagamentos suspeitos a parentes de dirigentes do INSS
A investigação também aponta para pagamentos que levantam suspeitas de corrupção envolvendo a cúpula do INSS. Foi identificada uma transferência de R$ 93 mil feita por Américo Monte para o advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis, que é suspeito de receber propina para facilitar as fraudes nos descontos.
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O contrato, acessado pelo Metrópoles, envolvia a empresa de Gomes e uma empresa de Eric Fidelis, a Protected Soluções, para a prestação de "serviços advocatícios especializados em desenvolvimento e licenciamento de software". Curiosamente, o documento continha uma cláusula "anticorrupção".
Outro contrato suspeito foi assinado com uma empresa de Thaissa Hoffmann, esposa do ex-procurador-geral do INSS Virgilio de Oliveira Filho, que também é investigado por corrupção na "farra dos descontos".
Fonte: Metrópoles