Polícia

INVESTIGAÇÃO

Empresário que confessou participar da morte de adolescentes presta depoimento e é solto

A soltura do acusado não agradou o coordenador do Departamento de Homicídios

Da Redação

Quarta - 26/01/2022 às 06:42



Foto: Montagem Empresário suspeito de participação na morte de adolescentes em Teresina
Empresário suspeito de participação na morte de adolescentes em Teresina

O empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, de 35 anos, proprietário do restaurante  Frango Potiguar, na zona Leste de Teresina, foi solto na  tarde dessa terça-feira (25), após prestar depoimento na sede do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP).  Ele foi preso na manhã de ontem por suspeita de participação na morte dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, de 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira. O duplo homicídio ocorreu no dia 16 de novembro do ano passado.

O empresário confessou participação no crime e mesmo assim foi posto em liberdade. João Paulo disse em depoimento que os dois adolescentes escalaram o muro da casa dele para roubar. Anael e Luian estavam em uma festa em um sítio que fica ao lado da casa do empresário. O suspeito disse ainda que seu tio e  primo mobilizaram os adolescentes com ajuda de outras pessoas e os levaram  para o local onde foram executados. João Paulo afirmou que forneceu seu carro para que levasse os jovens até o local de execução. 

Os rapazes foram mortos no local onde os corpos foram achados, nas margens da PI 112, na zona rural Leste de Teresina. Eles desapareceram na madrugada do dia 13 de novembro e os corpos foram achados no dia 15 de novembro, no povoado Anajás.

A prisão 

A Justiça expediu mandado de prisão contra o empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves, o que foi cumprido na manhã de ontem pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.

O mandado de prisão temporária foi assinado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos e o empresário deveria ficar preso por 30 dias. No entanto, o delegado Luís Guilherme, que preside o inquérito, entendeu que não havia elementos suficientes para manter João Paulo preso e determinou a soltura no fim da tarde dessa terça-feira, após o empresário prestar depoimento. 

Baretta não concorda com a soltura

O coordenador do DHPP, delegado Francisco Costa, o Baretta, é contra a soltura do empresário. Segundo ele, o empresário é acusado de um crime hediondo e por isso não poderia ser solto. “Sou contrário a soltura, pois foi um crime hediondo, homicídio e ocultação de cadáver, a participação do indivíduo preso é clara. Portanto, deixaria que o juiz revogasse a medida cautelar”, disse  o delegado.

O delegado que preside o inquérito, Luis Guilherme, do DHPP, foi quem concedeu liberdade ao empresário. Ele teria sido solto por ter informado os nomes dos demais envolvidos e contribuir com as investigações. 

No entanto, Baretta acredita que o empresário não contribuiu com as investigações, pois havia várias provas contra ele. 

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