Polícia

Distribuidora de medicamentos sediada em Teresina é alvo da Polícia Federal

A Droga Rocha é investigada por fornecer medicamentos e insumos hospitalares ao município de Santa Inês, no Maranhão

Da Redação

Quarta - 27/04/2022 às 09:32



Foto: Divulgação DrogaRocha Distribuidora é alvo da Polícia Federal
DrogaRocha Distribuidora é alvo da Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (27), a Operação Free Rider, que tem o objetivo de desarticular um grupo criminoso responsável por promover fraudes licitatórias e superfaturamentos contratuais no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Inês/MA. Os mandados estão sendo cumpridos em Teresina (PI) e nas cidades maranhenses São Luís, Santa Inês e Caxias.

Em Teresina, a Droga Rocha Distribuidora de Medicamentos Ltda, é alvo da PF.  A distribuidora é investigada por fornecer medicamentos e insumos hospitalares para o município de Santa Inês, no Maranhão. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e sete mandados de constrição patrimonial. Segundo a Polícia Federal, o esquema criminoso envolve o uso de verbas federais que deveriam ser utilizadas para compra de medicamentos e insumos hospitalares.

"Constatou-se, inicialmente, que o Município de Santa Inês realizava adesões fraudulentas a Ata de Registro de Preços de outros municípios sem que houvesse o requisito de “vantagem” para a administração pública, posto que, em um dos casos investigados, havia o sobrepreço de 215%. Os contratos investigados, que somam mais de 8,5 milhões de reais, envolvem uma empresa sediada em Teresina/PI, a qual deveria fornecer diversos medicamentos e insumos hospitalares para o município de Santa Inês/MA", disse a nota da PF.

Apesar do alto valor das contratações realizadas pela Secretaria de Saúde daquele município, há informações nos autos indicando que, em determinados períodos, estariam faltando materiais básicos no hospital e rede pública municipal, tais como seringas, soro fisiológico, fios cirúrgicos e remédios psicotrópicos, obrigando os cidadãos a procurarem atendimento hospitalar em municípios vizinhos. A investigação revelou fortes indícios de que grande parte das contratações de Santa Inês eram precedidas de negociações de propina, possivelmente repassada para os integrantes da organização criminosa por meio de empresa fictícia, criada para essa finalidade. 

Núcleos da organização criminosa

A organização criminosa é composta, basicamente, por três núcleos: núcleo criminoso com atuação na Prefeitura, núcleo criminoso com atuação na Secretaria de Saúde e núcleo criminoso empresarial. O núcleo da Prefeitura seria composto pelo Prefeito municipal e servidores da Prefeitura vinculados ao setor de compras e licitação, a exemplo da Secretaria de Administração, Departamento de Licitação, Diretoria de Compras e Gabinete do Prefeito. 

O núcleo criminoso da Secretaria de Saúde é encabeçado pela Secretária de Saúde e servidores subalternos, que também cumprem ordens do Diretor de Compras e dos demais envolvidos no setor de licitação. 

O núcleo empresarial, sediado em Teresina/PI, é composto pelo sócio-administrador da empresa,  Antonio Francisco Rocha de Abreu, que é apontado como um dos chefes da organização criminosa, além de seu sobrinho e um funcionário. Eles realizam diversas movimentações bancárias, com saques semanais de quantias vultosas em espécie, além de facilitarem o esquema de “montagem” dos processos licitatórios, os quais resultaram na contratação da empresa.

Afastamentos

O prefeito da cidade de Santa Inês, Luís Felipe Oliveira de Carvalho, conhecido como ‘Felipe dos Pneus’ (Republicanos), foi afastado imediatamente do cargo. Também foram afastados a Secretária de Saúde, a Secretária de Administração, o Chefe do Setor de Licitação, o Diretor de Compras, a Chefe de Gabinete do Prefeito e mais outros dois servidores municipais, ligados às fraudes licitatórias.

 Foram suspensos os pagamentos da empresa contratada de forma fraudulenta e os empresários investigados tiveram suspensos os seus direitos de participar em licitações e de contratar com órgãos públicos. 

A operação

Ao todo, mais de 70 policiais federais cumpriram as determinações judiciais expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que decorreram de Representação elaborada pela Polícia Federal. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato, crime de responsabilidade praticado por prefeito (Decreto-Lei 201/67), corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas que podem ultrapassar 40 (quarenta) anos de reclusão. 

A operação foi batizada de Free Rider que, do inglês, significa “carona”, devido ao modus operandi da organização criminosa, que utiliza o instituto jurídico da adesão a Ata de Registro de Preços de outros municípios, procedimento também conhecido por “carona”, para tentar maquiar a irregularidade do processo licitatório, previamente montado e superfaturado.

Loja de celular é assaltada na zona norte de Teresina

Corpo de advogado é encontrado na praia Humberto de Campos, no Maranhão

Condenado a 31 anos de prisão pai que matou filha de 1 ano em Pimenteiras

Fonte: Com informações da PF

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: