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Vale do Silício pede que Kamala Harris priorize aborto e políticas de tecnologia

Investidores e executivos desejam o retorno das políticas tecnológicas da era Obama

Da Redação

Quarta - 28/08/2024 às 11:00



Foto: REUTERS/Kevin Lamarque Vice-presidente e provável candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, em Houston
Vice-presidente e provável candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, em Houston

Os investidores de capital de risco que manifestaram apoio à candidatura de Kamala Harris à presidência destacaram suas prioridades em uma pesquisa divulgada na quarta-feira. Entre os temas abordados estão os direitos reprodutivos das mulheres, as mudanças climáticas e uma abordagem mais favorável às startups.

De aproximadamente 800 capitalistas de risco que assinaram uma carta aberta em apoio a Harris, 225 participaram de uma pesquisa detalhada sobre suas razões para endossar a candidata democrata. A pesquisa foi divulgada inicialmente pela Reuters.

A maioria desses investidores considera a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de derrubar o caso Roe vs. Wade, que garantia o direito ao aborto, um erro. Muitos acreditam que essa decisão pode impactar negativamente as mulheres no mercado de trabalho.

Leslie Feinzaig, presidente-executiva da Graham & Walker, destacou que essas questões vão além do âmbito social, afirmando: "Na verdade, são questões comerciais."

Os investidores e executivos veem Kamala Harris, uma californiana com forte ligação com o Vale do Silício, como uma candidata com experiência em tecnologia e aberta ao setor. Eles expressaram saudade da era Obama, quando a Casa Branca era mais receptiva ao setor tecnológico, contrastando com o tom mais crítico adotado pelos políticos desde então.

A carta aberta, chamada "VCs for Kamala" e divulgada em julho, conta com o apoio de capitalistas de risco notáveis, como Reid Hoffman, da Greylock, e Vinod Khosla, da Khosla Ventures. Os 225 participantes da pesquisa foram majoritariamente homens (62%), brancos (66%) e com idades entre 35 e 64 anos. Embora a filiação partidária não tenha sido solicitada, cerca de 70% dos participantes se identificaram como democratas, enquanto 30% eram republicanos ou independentes.

Os resultados da pesquisa mostram que cerca de 97% dos investidores desejam líderes que compreendam tecnologias como IA e criptografia para formular regulamentações eficazes. Além disso, 92% acreditam que o governo dos EUA deve contratar mais especialistas em tecnologia.

Eric Ries, empresário e autor de "The Lean Startup", expressou a necessidade de ter pessoas altamente qualificadas no governo para lidar com questões de IA, tanto no setor militar quanto civil. Os EUA, embora ainda não tenham aprovado uma legislação abrangente sobre IA, receberam um decreto do presidente Joe Biden no ano passado que exige que desenvolvedores relatem testes de segurança relacionados a riscos para a saúde e segurança.

Aaron Levie, CEO da Box, sugeriu que, por ora, as regulamentações devem se concentrar mais nas aplicações da tecnologia do que nos modelos subjacentes de IA, que ainda estão em desenvolvimento. Levie também mencionou a importância da imigração, afirmando que 94% dos participantes da pesquisa acreditam que os EUA precisam disponibilizar mais vistos H-1B para atrair talentos qualificados.

Enquanto isso, Kamala Harris enfrenta a competição de Donald Trump, que também obteve apoio significativo de figuras importantes do setor de tecnologia, incluindo Elon Musk e capitalistas de risco como Marc Andreessen e Ben Horowitz. Trump prometeu apoiar a tecnologia com base na liberdade de expressão e reverter o decreto de Biden sobre IA.

As campanhas de Kamala Harris e Donald Trump não comentaram sobre a pesquisa e os temas abordados.

Fonte: Brasil 247

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