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Tensões entre França e Rússia aumentam após prisão de fundador do Telegram

Pavel Durov foi preso sob acusações relacionadas a abusos sexuais infantis, tráfico de drogas e transações fraudulentas que supostamente envolvem o Telegram

Da Redação

Terça - 27/08/2024 às 08:40



Foto: Tatan Syuflana/AP Pavel Durov, preso na França por envolvimento a crimes de abusos infantis e tráfico de drogas
Pavel Durov, preso na França por envolvimento a crimes de abusos infantis e tráfico de drogas

O governo russo críticou a França pela prisão de Pavel Durov, fundador do Telegram, nesta terça-feira (27) e classificou o incidente como um ponto baixo nas relações diplomáticas entre Rússia e França. Durov, um bilionário que também possui cidadania russa, francesa e dos Emirados Árabes Unidos, foi detido em Paris no último fim de semana, sob acusações relacionadas a abusos sexuais infantis, tráfico de drogas e transações fraudulentas que supostamente envolvem o Telegram, além de falta de moderação na rede para crimes virtuais.

Sergei Lavrov, ministro da Defesa russo, declarou que as relações entre Moscou e Paris estão em um "nível mais baixo" após o episódio. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, criticou as acusações, alegando que a Rússia vê as acusações contra Durov como uma tentativa de restringir a liberdade de comunicação, a menos que sejam respaldadas por evidências substanciais. Peskov também ofereceu toda a assistência necessária ao fundador do Telegram.

O presidente francês, Emmanuel Macron, comentou o caso na segunda-feira (26), rejeitando qualquer motivação política por trás da prisão e enfatizando que as ações são parte de um processo judicial. Macron também destacou que há desinformação circulando sobre o caso e afirmou que as liberdades nas redes sociais devem ser exercidas dentro dos limites legais.

Pavel Durov foi detido em Paris no sábado após retornar de uma viagem ao Azerbaijão. A Promotoria de Paris anunciou na segunda-feira que Durov está sendo investigado por suposta cumplicidade em uma série de crimes relacionados ao aplicativo de mensagens, incluindo abuso sexual infantil e fraude.

A prisão preventiva de Durov foi prorrogada pelo juiz até quarta-feira (28), conforme relatado pela agência France Presse. A promotora Laure Beccuau indicou que a detenção é parte de uma investigação iniciada em 8 de julho, que segue uma apuração anterior realizada pela Junalco, uma jurisdição especializada no combate ao crime organizado na França. A investigação, conduzida pelo Centro de Combate ao Crime Digital (C3N) e pelo Escritório Nacional Antifraude (Onaf), listou 12 crimes pelos quais Durov é suspeito, incluindo:

  • Cumplicidade na administração de uma plataforma online usada para transações ilegais por quadrilhas;
  • Recusa em fornecer informações necessárias para investigações autorizadas por lei;
  • Cumplicidade na posse e distribuição de imagens pornográficas de menores;
  • Envolvimento na venda e posse de narcóticos;
  • Fornecimento de ferramentas e serviços de criptografia para acesso ou monitoramento sem a devida autorização.

A investigação continua, e a França aguarda mais desenvolvimentos enquanto o caso de Pavel Durov se desenrola.

Fonte: G1

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