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Manifestação antifascista leva multidão às ruas de Buenos Aires contra falas de Milei

Protesto nacional reúne ativistas e sindicatos em resposta ao discurso do presidente em Davos 

Da Redação com informações do Brasil de Fato

Domingo - 02/02/2025 às 17:13



Foto: Reprodução/ARG Medios Organizações de direitos humanos participaram da marcha em Buenos Aires na tarde deste sábado (1)
Organizações de direitos humanos participaram da marcha em Buenos Aires na tarde deste sábado (1)

Milhares de manifestantes tomaram as ruas de Buenos Aires neste sábado (1º) na Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antirracista. Organizado por movimentos sociais, o ato foi uma resposta às declarações do presidente Javier Milei, que, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, atacou pautas como o feminismo, a identidade de gênero e o ambientalismo.  

Entre os participantes estavam representantes de sindicatos, organizações de direitos humanos e coletivos históricos como as Mães e Avós da Praça de Maio. Faixas e cartazes denunciavam a escalada do discurso de ódio e da repressão política no país.  

Daniela Pugliese em manifestação nas ruas de Buenos Aires - Reprodução 

A manifestante Daniela Pugliese, mulher transexual, expressou preocupação com o impacto das declarações presidenciais na vida da comunidade LGBTQIA+. “Consideraram mais a minha imagem do que a minha capacidade. Sou uma pessoa formada, tenho diploma superior, ensino médio completo, experiência profissional e, ainda assim, me custou horrores conseguir trabalho”, afirmou. Segurando um cartaz com a mensagem “Sou parte desta sociedade. Basta de ódio”, ela reforçou a necessidade de resistência: “Temos direito de viver, de trabalhar, de ter filhos, de ter família.”  

O discurso de Milei em Davos gerou forte reação internacional ao acusar pessoas trans de “prejudicar irreversivelmente crianças saudáveis através de tratamentos hormonais e mutilações”. Além disso, o presidente defendeu sua política econômica de austeridade, mesmo diante do impacto sobre a população mais vulnerável, e elogiou líderes da extrema direita global, como Donald Trump e Viktor Orbán.  

Para Pablo, um dos manifestantes, a mobilização transcende as fronteiras argentinas. “A importância de estar aqui é pela democracia, pelos direitos humanos, e isso deve ser um valor em todo o mundo. Na Ásia, na Europa, na América do Norte e na América Latina, a democracia está em perigo.”  

A assembleia antifascista LGBTQIA+ também reforçou a necessidade de união diante da atual conjuntura política: “A resposta à violência econômica, à perseguição política e à repressão sexual do governo de Javier Milei tem as cores da nossa comunidade. Juntos e em aliança por todo o país, articulando todas as nossas diferenças, precisamos uns dos outros agora.”

Fonte: Brasil de Fato

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