Em um discurso contundente durante a abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que direcionar recursos para combater a crise climática é mais racional e econômico do que financiar conflitos armados. O chefe de estado brasileiro destacou o protagonismo do país ao sediar o evento no coração da Amazônia e cobrou ações concretas das nações ricas.
"Parabéns por darem a todos nós essa lição de civilidade e grandeza humana, provando que se os homens que fazem guerra estivessem aqui, iam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra, como fizeram ano passado", declarou Lula, criticando os gastos militares globais. Dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI) de 2023 confirmam que os gastos militares mundiais atingiram um recorde histórico, superando a marca de US$ 2,2 trilhões, valor que se aproxima da cifra citada pelo presidente.
Lula também reforçou a necessidade de um "mapa para o fim do uso do petróleo", tema que já havia sido levantado na Cúpula de Líderes que antecedeu a COP-30. Ele aproveitou para atacar os negacionistas das mudanças climáticas, afirmando ser "momento de impor uma nova derrota" a esses grupos.
COP-30 na Amazônia: Um legado para Belém e um símbolo para o mundo
O presidente iniciou seu discurso fazendo um elogio e um "desagravo" à cidade de Belém, reconhecendo os enormes desafios logísticos de realizar uma conferência de porte global na região amazônica. "Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto a gente acabar com a poluição do planeta Terra. Teria sido mais fácil tê-la feito em uma cidade 'acabada', mas resolvemos aceitar o desafio", disse.
Lula enfatizou que as obras de infraestrutura realizadas para o evento deixarão um legado permanente para a população local. Ele lembrou que a Amazônia não é uma "entidade abstrata", mas um território habitado por milhões de pessoas com problemas reais, e que o governo está determinado a superar essas adversidades, assim como fez com os obstáculos para organizar a COP-30.
A escolha do Brasil para sediar a conferência é vista como um reconhecimento internacional da importância do país na governança ambiental global. Sob a liderança de Lula, o Brasil reassume um papel central nas negociações climáticas, buscando conciliar a proteção da maior floresta tropical do mundo com o desenvolvimento econômico e social.
A Conferência do Clima está chamando a atenção do mundo para as mudanças climáticas
Fonte: UOL
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