
Figuras influentes da esquerda brasileira estão alertando para que ninguém se engane com Kamala Harris, a atual vice-presidente dos Estados Unidos e possível futura candidata à presidência. A informação é do colunista Moisés Mendes, do Brasil 247.
Essas pessoas recomendam cautela em se associar ou aparecer publicamente com Harris, apesar da sua impressionante trajetória como mulher, negra, descendente de uma indiana e de um jamaicano, e sua postura firme contra Donald Trump.
No entanto, o jornalista Jonathan Alter, do The New York Times, contrasta essas preocupações. Em sua coluna, publicada na segunda-feira (22), Alter conclui com uma visão otimista sobre Harris, referindo-se a ela como “A promotora contra o criminoso” em um possível confronto futuro com Trump.
Essa perspectiva simples de mocinha versus bandidão, segundo Alter, pode ser suficiente para a compreensão inicial do cenário político, antes de se aprofundar em questões mais complexas. Ele destaca que, de um lado, temos Harris, uma ex-agente da lei com todas as suas contradições, e do outro, Trump, descrito como um “criminoso absoluto”.
O The New York Times reforça essa imagem em seu editorial, onde Trump é chamado de “criminoso que desrespeita a lei e a Constituição” e “mentiroso inveterado”. Este tom crítico em relação a Trump, como nota Alter, contrasta com a postura mais cautelosa da mídia brasileira em relação a Bolsonaro, mesmo que ambos sejam acusados de crimes semelhantes.
Parte da esquerda brasileira critica Harris, chamando-a de belicista e imperialista, e lembrando seu apoio à guerra do Vietnã quando criança. Contudo, Alter sugere que a imagem de Harris como promotora enfrentando um gângster pode ser suficiente para o momento.
Embora Harris não seja vista como uma figura de esquerda, ela é considerada capaz de mudar a dinâmica das relações internacionais, inclusive com o governo israelense, e abrir novos diálogos globais sobre questões como guerras e ambientalismo.
No Brasil, há esperança de que a derrota de Trump por Harris possa também enfraquecer a extrema direita local e ajudar a evitar a ressurreição do bolsonarismo. Enquanto isso, os críticos mais ferrenhos aguardam por um democrata mais alinhado com figuras como Guilherme Boulos para enfrentar os futuros desafios fascistas.
Fonte: Brasil 247