Mundo

RETRATO

Quadro de Gustav Klimt é leiloado por 30 milhões de euros na Áustria

Produzida em 1917 por Klimt pouco antes de sua morte, a pintura estava desaparecida e recentemente foi descoberta

Da Redação

Quinta - 25/04/2024 às 09:43



Foto: Roland Schlager Quadro perdido de Gustav Klimt reaparece na Áustria
Quadro perdido de Gustav Klimt reaparece na Áustria

O “Retrato da Senhorita Lieser”, uma obra de Gustav Klimt que havia desaparecido e recentemente foi redescoberta, foi leiloado em Viena nessa quarta-feira (24) por 30 milhões de euros (R$ 165 milhões), estabelecendo um novo recorde para a Áustria, apesar das incertezas sobre sua origem. A pintura, avaliada entre 30 e 50 milhões de euros (R$ 165 milhões a R$ 275 milhões), foi adquirida por uma coleção privada de Hong Kong, HomeArt, por um valor no limite inferior da estimativa da casa de leilões im Kinsky.

O comprador se comprometeu a disponibilizar a obra para o Museu Belvedere de Viena, que abriga a famosa pintura “O Beijo” de Klimt, por três meses. Ernst Ploil, diretor da casa de leilões im Kinsky, expressou sua decepção com o preço final de 35 milhões de euros (R$ 193 milhões, incluindo despesas) e atribuiu o resultado a “vários artigos de imprensa críticos” que podem ter desencorajado possíveis compradores.

A pintura, encomendada por uma rica família judaica e produzida em 1917 por Klimt pouco antes de sua morte, tem sido objeto de debate intenso na imprensa especializada sobre a identidade da modelo. Sabe-se que ela era membro da família Lieser, uma importante dinastia industrial judaica e patrona das vanguardas artísticas. A modelo poderia ser uma das duas filhas, chamadas Helene e Annie, de Henriette (Lilly) Lieser, uma rica divorciada e pioneira da emancipação feminina, ou Margarethe, filha do cunhado de Lilly, Adolf, conforme consta no primeiro catálogo completo das obras de Klimt, realizado nos anos 1960.

A única fotografia conhecida da pintura, provavelmente tirada em 1925 durante uma exposição, sugere que, naquele ano, pertencia a Lilly Lieser. Segundo o jornal Der Standard, com base em correspondências arquivadas em um museu austríaco, Lilly pode ter confiado a obra a um de seus funcionários antes de morrer. A pintura ressurgiu nas mãos de um comerciante nazista e, posteriormente, foi herdada pela filha deste e, mais tarde, por parentes distantes.

Após a guerra, a pintura nunca foi reivindicada, ao contrário de outros bens, por um dos três descendentes de Lieser que sobreviveram. Segundo Claudia Mörth Gasser, responsável pela seção de arte moderna, os proprietários, que desejam permanecer anônimos, entraram em contato com a im Kinsky há dois anos para solicitar assessoria jurídica. A im Kinsky informou que os atuais beneficiários das duas vertentes da família Lieser vivem nos Estados Unidos. Alguns viajaram para ver a pintura e depois firmaram um contrato com os proprietários, eliminando assim um obstáculo para sua venda. No entanto, os termos deste acordo extrajudicial não foram divulgados, e alguns especialistas criticaram este procedimento.

Fonte: O Dia

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: